A CCR (CCRO3) assinou nesta segunda-feira (6) o contrato de concessão de um trecho da BR-101 no sul do estado de Santa Catarina. O trecho começa em Palhoça (município pertencente a Grande Florianópolis) e vai até o limite com o Rio Grande do Sul, totalizando 220 quilômetros de extensão.
A CCR arrematou o trecho em um leilão ainda em fevereiro, quando ofereceu um deságio de 62 por cento sobre a tarifa de referência, bem mais competitivo do que os 51,6 por cento oferecidos pela Ecorodovias (ECOR3). O contrato tem prazo de 30 anos, investimentos de 3,4 bilhões de reais e cobertura de gastos operacionais de 4 bilhões de reais.
O contrato exige diversas entregas ao longo dos primeiros anos para a cobrança efetiva do pedágio, como reparos no pavimento e acostamento, melhora da sinalização, recuperação emergencial de pontes, viadutos e drenagem, limpeza da faixa de domínio.
Apesar de relevante, a notícia traz pouco impacto nos preços das ações da CCR (CCRO3) no curto prazo e esperamos um desempenho em linha com o Ibovespa na sessão desta terça-feira (7).
É válido ressaltar que a notícia do leilão vencido pela companhia em 21 de fevereiro não foi bem recebida no mercado e naquela sessão as ações da CCR (CCRO3) caíram 1,4 por cento, desempenho inferior ao do Ibovespa, que recuou 0,8 por cento.
Como a companhia teve de oferecer um deságio relevante para levar a oferta, a interpretação do mercado é que o retorno sobre o projeto medido pela Taxa Interna de Retorno (TIR) ficaria bastante apertado.
No ano as ações da CCR (CCRO3) caem 16,9 por cento, desempenho levemente abaixo do principal índice acionário da bolsa brasileira, que tem perdas de 14,4 por cento. Contudo, o desempenho está bem abaixo da concorrente Ecorodovias (ECOR3), que recua 10,2 por cento em 2020.
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