Na coluna de hoje vou falar sobre onde investir os recursos da sua reserva de emergência no cenário de taxa de juros (Selic) a 2,25 por cento ao ano.
Eu disponibilizei uma planilha em Excel que compara os rendimentos entre as diferentes alternativas de investimentos em juros pós-fixados (CDI).
A tabela funciona de maneira bem prática. B Asta você colocar as taxas de administração dos fundos, remuneração em percentual do CDI das aplicações financeiras, que a planilha te indica qual o maior rendimento a ser escolhido para o mesmo nível de risco.
Fim da cultura do CDI
Como diria a clássica música do “rei” Roberto Carlos: “daqui para frente tudo vai ser diferente. ”
Na última semana o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu reduzir a taxa de juros (Selic) em 0,75 ponto percentual para 2,25 por cento ao ano.
Você já parou para fazer a conta do impacto no rendimento de suas aplicações financeiras, especialmente a sua reserva de emergência? Você já tem uma reserva de emergência? Você sabe como fazer?
Eu pretendo te mostrar na prática como escolher entre as alternativas para investir de forma que você não perca dinheiro, afinal deixar de ganhar dinheiro também é um prejuízo.
Reserva de emergência
Acredito que é extremamente importante que os investidores tenham sempre uma reserva de emergência investida em juros pós-fixados (CDI), com baixo risco e liquidez imediata.
Eu penso que um bom número para essa reserva seria o equivalente a 3 a 6 meses de salário. Esse é o verdadeiro “seguro desemprego”’, ou então de 3 a 6 meses das suas despesas mensais totais. Cada investidor tem um perfil e esse montante da reserva pode variar (12 meses) ou até mesmo ser um número “redondo” (R$ 50 mil).
Classes de ativos: juros pós-fixados
As principais alternativas para investimento em ativos com juros pós-fixados (CDI) de baixo risco e liquidez são: fundos DI/Selic, Tesouro Selic, CDBs e LCA/LCI de bancos.
Tenha em mente que esse recurso investido sem risco e com liquidez terá retorno bastante baixo, em alguns casos inferior à inflação que atualmente está em 2 por cento ao ano. Aqui estamos falando de praticamente guardar o dinheiro no colchão para ter recursos para pagar as suas contas numa emergência.
Como exemplo: o Tesouro Selic cuja remuneração é de aproximadamente 100 por cento do CDI, tem retorno líquido (imposto de renda de 15 por cento e taxas de custódia de 0,25 por cento ao ano) de apenas 1,7 por cento ao ano.
A matemática é simples:
2,25 por cento – (0,25 por cento + 15 por cento de IR) =
2 por cento x (1-15 por cento) =
2 por cento x 85 por cento = 1,7 por cento
Abaixo da inflação, que deve ficar em 2 por cento ao ano.
Imposto de renda
Todos os investimentos em renda fixa que não são isentos de imposto de renda são tributados pela tabela regressiva de IR. Ela começa em 22,5 por cento para investimentos com prazo de até 6 meses e cai 2,5 pontos percentuais a cada seis meses, terminando com uma alíquota mínima de imposto de renda de 15 por cento depois de dois anos.
A conclusão aqui é a seguinte: sempre tente deixar o seu dinheiro de renda fixa investido pelo menos dois anos, assim você pagará menos imposto de renda.
Risco baixo
Todas essas alternativas de investimento têm praticamente o mesmo risco que é muito baixo (juro pós fixado).
Afinal, os fundos DI/Selic dos bancos compram títulos públicos atrelados à Selic. As aplicações financeiras em CDB/LCA/LCI são títulos privados de renda fixa emitidos pelos bancos de primeira linha.
Acredito que o risco de crédito dos grandes bancos (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander) é similar ao risco do Governo Federal, devido ao tamanho e à liquidez dessas instituições financeiras.
Mesmo assim, existe uma cobertura adicional do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) que garante o risco de crédito para um valor de até 250 mil reais por instituição e por CPF, desde que o valor não ultrapasse 1 milhão de reais por investidor pessoa física (CPF).
Tudo isso para dizer que você pode deixar a sua reserva de emergência em títulos privados dos grandes bancos sem medo.
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Abraços,
Eduardo Guimarães