Na coluna de hoje, vou falar sobre investimentos no Exterior, principalmente em ações na bolsa dos Estados Unidos, e como se proteger da alta do dólar nos seus investimentos.
Dólar: para o alto e avante
O dólar acumula uma impressionante valorização de 45 por cento em 2020, com cotação de 5,84 reais por dólar em 7 de maio. O dólar está se fortalecendo em relação às moedas dos países emergentes, pois é considerado uma reserva de valor global, mas o Real tem apresentado o pior desempenho em relação à moeda americana em 2020.
No caso brasileiro, o movimento vem sendo amplificado pelo ajuste na política monetária e pela incerteza política em relação à realização das reformas.
A apreciação do dólar em relação ao real deve continuar. A inflação deve permanecer em baixa e tudo indica que a economia deve continuar desaquecida neste futuro próximo. Nesse cenário, a taxa de juros deve seguir estruturalmente baixa por algum tempo, o que reduzirá o movimento de vinda de recursos devido ao diferencial de taxas de juros entre o Brasil e o resto do mundo.
Decisão do Copom
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de cortar a taxa de juros (Selic) em 75 pontos base para 3 por cento ao ano superou as expectativas, que eram de um corte de 50 pontos base. Além disso, o comunicado do Banco Central (BC) indicou que o ritmo da expansão monetária pode avançar nas próximas reuniões, deixando bem clara sua propensão a realizar mais cortes à frente. Estes dois pontos jogaram um combustível a mais na desvalorização do real nesta semana, pois o investidor estrangeiro fica menos atraído pelo diferencial de taxa de juros entre Brasil e Estados Unidos.
O fluxo de investidores estrangeiros está negativo na bolsa de valores devido ao maior nível de aversão ao risco no mundo. O movimento é de busca pela qualidade da segurança dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos (“Treasuries”).
Não me atrevo a fazer previsões sobre a taxa de câmbio, mas acredito que o momento atual aponta para um viés de alta no dólar.
Seguro morreu de velho
No momento atual de aumento do nível de aversão ao risco se destacam as classes de ativos para proteção (hedge), como ouro e dólar, que apresentam valorização de 57 por cento e 45 por cento, respectivamente, em 2020.
Ressalto que é muito importante ter uma posição de seguro (hedge) na carteira como fundos cambiais (dólar) e ouro, com participação de 3 a 5 por cento do patrimônio. Entretanto, os fundos cambiais e de ouro são passivos, ou seja, eles têm a função de acompanhar a oscilação do dólar/ouro e não lucrar com a oscilação.
Aqui eu peço licença aos corretores de seguro para recordar o velho ditado: “a gente paga seguro para não usar”. Assim, os fundos cambiais e de ouro funcionam exatamente como um seguro, ou seja, para proteção do patrimônio, e não para ter valorização.
Proteção por meio da diversificação
Acredito que, mesmo com a forte alta do dólar em 2020, investir em ativos no Exterior é essencial para o bom desempenho de uma carteira de investimentos.
A lógica por trás do investimento em ativos no Exterior é a de diversificação. De forma geral, os ativos dos brasileiros estão concentrados no Brasil, seja em renda fixa, ações e imóveis (o chamado “kit Brasil”).
Na hipótese de uma deterioração da conjuntura econômica do Brasil devido à quarentena para combate ao coronavírus, todos esses ativos serão afetados negativamente ao mesmo tempo.
Portanto, o investimento em ativos no Exterior busca proteger o investidor local contra a depreciação do real, ou seja, fazer hedge (seguro) contra a alta do dólar.
O que fazer agora?
Uma vez que você já tenha feito o seu seguro e tenha alguma proteção do seu patrimônio em dólar e ouro, recomendo o investimento em ações dos Estados Unidos, para obter rendimento superior no longo prazo e aumento do seu patrimônio.
Como fazer isso? Existem duas opções bem simples de investir o seu dinheiro em ações americanas aqui mesmo no Brasil, sem a necessidade de realização de operações de câmbio e do envio efetivo dos seus recursos para fora do Brasil, o que costuma ser caro e complexo do ponto de vista fiscal.
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Forte abraço,
Eduardo Guimarães