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Investimento em Valor

Olá investidor,

Hoje dou o pontapé inicial da coluna semanal “Domingo de Valor”. Eu sou Eduardo Guimarães, especialista de ações da Levante e tenho 18 anos de experiência no mercado de capitais com foco em análise de ações. Sou também especialista em planejamento financeiro e muito fã do Warren Buffet e da filosofia de “Value Investing”.

Nesta coluna semanal, trarei discussões sobre temas de Investimento em Valor, que é uma abordagem de investimento que combina a análise fundamentalista com a observância do princípio da margem de segurança.

Investimento em valor – Teoria ou prática?

Eu sempre acreditei que uma teoria sem aplicação na prática perde muito da sua utilidade. Me perdoem os engenheiros, foi por essa razão que eu troquei a Engenharia Química pela Administração de empresas.

Investimento em valor é uma estratégia muito utilizada por administradores de recursos em fundos de investimento em ações para escolher empresas que estão sendo negociadas abaixo do seu valor intrínseco. O ícone dessa filosofia é Warren Buffet, o sábio de Omaha.

“Preço é o que você paga, valor é o que você recebe!” Warren Buffet

Nesta coluna, vou citar alguns “magos do mercado”, fazer algumas referências teóricas e até mesmo recomendar alguns livros. Entretanto, pretendo sempre manter o pé no chão e procurar aplicar esses conceitos na prática.

Preço justo x valor intrínseco

Depois desta introdução, vou direto ao tema principal da minha primeira coluna: preço justo ou valor intrínseco.

Na prática, pretendo explicar o rendimento do investidor ao investir em uma ação. A regra básica é “comprar na baixa e vender na alta”, mas como saber se o preço está alto ou baixo? Primeiro, é preciso entender que isso não é encontrado somente olhando para os preços na Bolsa.

Ele é considerado baixo quando o preço de mercado (aquele da tela do seu home broker) está abaixo do preço justo ou valor intrínseco (explicarei no decorrer do texto mais sobre esse último conceito).

O mais importante é ter margem de segurança, que é a diferença entre o seu valor justo ou intrínseco e o preço de mercado do ativo analisado.

Retrospectiva

Hoje, estou com 44 anos. Ao fazer a minha retrospectiva, confesso para você que dediquei minha vida para analisar empresas e encontrar as melhores oportunidades de investimentos. São mais de 3.000 relatórios escritos, 60 empresas profundamente estudadas e 1.500 balanços analisados.

A minha missão é encontrar ações de empresas que possuem diferença entre o preço justo e o preço de mercado na Bolsa de Valores. Isso se deve a uma vida inteira de dedicação, de estudo e preparação para me tornar uma autoridade no assunto. Hoje, passo meus anos de experiência para você, de forma simples e rápida!

Mas como calcular o preço justo de uma ação ou empresa?

Novamente, cito Warren Buffet para a definição: “É o valor presente do fluxo de caixa gerado pelo negócio”.

Mas o que é fluxo de caixa? A Teoria Moderna de Finanças aponta que existem dois tipos de fluxo de caixa: 1) fluxo de caixa livre para a empresa e 2) fluxo de caixa livre para o acionista.

Os fluxos de caixa demonstram a real capacidade de geração de caixa de um negócio.

  • 1) fluxo de caixa para a empresa pode ser calculado da seguinte forma:

(+) lucro operacional da empresa (receita líquida menos custos e despesas da operação)

(-) investimentos em novos projetos

(-) impostos pagos

(+/-) variação no capital de giro

(+) depreciação dos ativos (a depreciação é uma despesa contábil que não é caixa, por essa razão é somada de volta)

(=) Fluxo de caixa livre para a empresa/firma
  • 2) fluxo de caixa livre para o acionista pode ser definido assim:

(+) lucro líquido da empresa

(-) investimentos em novos projetos

(+/-) variação capital de giro

(+/-) variação no endividamento

(+) depreciação dos ativos (a depreciação é uma despesa contábil que não é caixa, por essa razão é somada de volta)

(=) Fluxo de caixa livre para o acionista

A principal diferença entre os dois tipos de fluxo (empresa e acionista) é o endividamento, ou seja, a sua variação na dívida total e o seu custo em termos de despesas com juros.

O fluxo de caixa para a empresa é descontado pelo custo médio ponderado médio de capital (WACC), e o fluxo de caixa para o acionista é descontado pelo custo de capital próprio (Ke).

O que é então o preço justo?

O cálculo do preço justo é complexo e envolve a projeção de no mínimo 10 anos de fluxo de caixa no futuro, com o último fluxo, podendo ser levado à perpetuidade e todos fluxos trazidos ao valor presente. Aqui, é muito importante a taxa de desconto ou custo de capital utilizado.

O preço justo de uma empresa é o valor presente dos seus fluxos de caixa futuros descontados pelo seu custo de capital. A matemática utilizada para calcular o preço justo é simples, mas projetar o fluxo de uma empresa é complexo e requer muito conhecimento técnico e experiência.

Irei abordar mais sobre WACC e o modelo CAPM (modelo de precificação de ativos de capital) em um momento oportuno.

Análise fundamentalista

Ademais, minha missão é fazer você leitor entender sobre Value Investinge análise fundamentalista de empresas para encontrar as melhores oportunidades de lucros através de uma análise detalhada, minuciosa e aprofundada, em conjunto com o que é ensinado sobre teoria em finanças nas melhores universidades de mundo, como Wharton, Harvard e Columbia.

No próximo encontro, teremos um exemplo prático de uma empresa consolidada e bem conhecida da Bolsa de Valores.

Continue acompanhando a minha coluna e não esqueça: se você ficou com alguma dúvida, é só mandar um e-mail para nós no [email protected].

Conte comigo e até breve!

Um grande abraço,
Eduardo Guimarães

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