Em agosto de 2020, a Odebrecht, uma das controladoras da Braskem (BRKM5) juntamente com a Petrobras (PETR3/PETR4), contratou o banco de investimentos Morgan Stanley para assessorá-la na venda da fatia detida na petroquímica (cerca de 38,3 por cento do capital total).
Oficialmente nesta terça-feira (06), a Odebrecht (atualmente Novonor) iniciou conversas com potenciais compradores. A ideia é realizar uma série de reuniões e conversas com investidores e potenciais interessados no mundo todo, dada a relevância multinacional da Braskem.
Considerando o último preço de fechamento das ações da petroquímica (BRKM5), a 44,67 reais por ação, a fatia detida pela Odebrecht vale cerca de 13,2 bilhões de reais e a venda é uma exigência de seu plano de recuperação judicial, homologado em junho de 2020, com prazo de até 3 anos para concluir a transação.
A Petrobras, que detém mais 36,1 por cento do capital total da Braskem, também já manifestou oficialmente a intenção de vender sua fatia, inclusive com venda em bloco direto na bolsa, em processo paralelo, caso não houvesse um entendimento com a Odebrecht.
E Eu Com Isso?
O avanço no processo de venda da Braskem (BRKM5) vem em momento favorável para as três principais envolvidas no processo (as duas controladoras e a vendida), com as ações da petroquímica recuperando boa parte das perdas ocasionadas pelo acidente geológico em Maceió (AL) e problemas com contratos de fornecimento de gás e etano no México, com ambas as situações já endereçadas para a resolução.
Para a Odebrecht (Novonor) a venda levantará um recurso importante para pagamento de seus credores no plano de recuperação judicial.
O avanço da venda da Odebrecht facilita a venda da fatia da Petrobras, desencadeando uma cláusula de Tag Along, que dá direito à Petrobras vender sua fatia pelo mesmo valor, facilitando a venda do ativo pela estatal, sem o possível ônus de uma desvalorização pela pressão vendedora das ações direto em bolsa.
Porém pelo lado da estatal, o prosseguimento da venda da fatia detida ganha um ar de incerteza com a troca de comando, com a saída de Roberto Castello Branco (ex-CEO) pelo general da reserva Silva e Luna, junto com a debandada dos principais diretores e conselheiros.
Para a Braskem, a venda de participação das duas companhias e do controle abre caminho para dar um passo adicional na melhoria de governança, complementando as suas políticas internas de compliance e transparência, com a possibilidade de migração para o Novo Mercado, o que pode destravar mais valor para as ações da companhia no médio a longo prazo.
Desde o final de janeiro as ações da Braskem (BRKM5) vêm em trajetória galopante de valorização, saindo de um patamar de 24 reais por ação para 44 reais por ação, combinando notícias de resolução de problemas no México e Alagoas, além da divulgação dos resultados do ano de 2020 que foram bastante fortes.
A notícia do avanço da venda das fatias das atuais controladoras deve dar mais um impulso adicional nas ações da petroquímica (BRKM5), que já acumulam alta de 7,35 por cento desde terça-feira (06).
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