A Vivara apresentou, na noite desta quinta-feira (12), seus resultados do terceiro trimestre de 2020.
Os números vieram fortes e acima do esperado, apesar das restrições que ainda perduraram de maneira mais rígida nos meses de julho e agosto, com a receita bruta chegando ao mesmo patamar do terceiro trimestre do ano anterior, registrando 308 milhões de reais.
Os principais destaques positivos foram:
i) Crescimento da margem bruta em 2,0 pontos percentuais chegando a 69,8 por cento da receita total devido ao melhor mix de produtos na venda com controle rígido de estoque e reaproveitamento de insumos.
ii) Estratégia digital assertiva com forte crescimento de 182,3 por cento na comparação anual, chegando a 70,6 milhões de reais (cerca de 23 por cento da receita líquida total, versus 8 por cento no 3T19)
iii) Geração de caixa livre positiva de 36 milhões de reais, apesar da recomposição forte estoque em relação ao trimestre anterior e aumento na linha de recebíveis, consumindo mais capital de giro.
Os destaques negativos ficam com:
i) Maior despesa operacional ancorado pelos gastos nas medidas tomadas em relação à pandemia e despesa de vendas mais elevadas devido à abertura mais forte de lojas, puxando a margem Ebitda (métrica de geração de caixa potencial) para baixo em 1,9 pontos percentuais, registrando 20,4 por cento.
ii) O indicador Vendas em Mesmas Lojas (Same Store Sales – SSS) ainda com queda de 3,6 por cento na comparação anual, devido aos efeitos do fechamento das lojas.
A Vivara registrou lucro líquido de 36,15 milhões no trimestre, 8,7 por cento abaixo do 3T19, porém ainda com margens saudáveis de 14,1 por cento, sem efeitos significativos na rentabilidade da companhia no período.
A Vivara apresentou números bons, com uma excelente execução e resposta rápida às dificuldades geradas pela pandemia e esperamos um impacto positivo no preço das ações (VIVA3) no curto prazo, porém a alta esperada pode ser ofuscada pelo pessimismo nas bolsas mundiais em relação à segunda onda da pandemia.
Como exemplo das boas medidas tomadas pela empresa, temos a iniciativa Joias em Ação no qual os vendedores especializados da empresa realizam uma venda personalizada via canais digitais de comunicação, permitindo a categoria de joias (maior margem) chegar a 70 por cento do mix de vendas por esse meio, contra 48 por cento no e-commerce total.
Além disso o ótimo controle de insumos e operação da fábrica permitiram recompor o estoque sem que prejudicasse as reaberturas de lojas no trimestre e, apesar do maior consumo de capital de giro, ainda conseguiu gerar caixa líquido de 36 milhões de reais (15 por cento da receita bruta total).
A companhia revisou sua meta de expansão para este ano de 2020, canalizando os recursos de investimentos fixos (Capex) para a melhoria nas lojas físicas e principalmente em sua frente de tecnologia da informação, o que vem se mostrando acertada, com forte crescimento nas vendas de canais digitais e bom ritmo de retomada nas lojas físicas, com o mês de setembro já registrando crescimento de 7,2 por cento nas vendas totais em relação ao mesmo mês de 2019.
As perspectivas daqui em diante seguem positivas para a Vivara, que irá retomar o plano de expansão original de 40 a 50 abertura de lojas em 2021 e já vem apresentando números promissores para o último trimestre do ano, com o mês de outubro registrando vendas 14,5 por cento superiores ao ano anterior.
O contínuo foco em neutralizar os custos dos insumos principais (ouro e prata, com altas recentes significativa de preços) combinado com a boa execução operacional e entrando no melhor trimestre do ano para vendas, nos mantém otimistas com a tese de investimento na companhia daqui em diante.
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