A Uber (UBER) apresentou nesta quarta-feira (5), após o fechamento do mercado, os seus resultados do primeiro trimestre de 2021. Os números vieram regulares, um pouco acima do que a companhia havia dado como guidance para o período. O negócio de entregas (delivery) segue bem, acelerando a cada trimestre, mas a recuperação na mobilidade foi mais fraca do que o esperado.
As vendas brutas (pré-comissão das plataformas) foi de 19.536 bilhões de dólares: aumento de 24 por cento na comparação contra o 1T20 e 14 por cento a mais que no 4T20. A receita ajustada (desconsiderando 600 milhões de dólares ligados às reivindicações trabalhistas no Reino Unido) foi de 3,5 bilhões de dólares, 7,8 por cento a mais que no 1T20.
O resultado operacional medido pelo Ebitda foi negativo em 358 milhões de dólares, com margem Ebitda negativa de 10,2 por cento. Mais uma vez, estamos desconsiderando o efeito contábil dos acordos trabalhistas realizados no período.
O prejuízo por ação foi pequeno, de apenas 0,07 dólares, contudo, o resultado líquido foi beneficiado em 1,6 bilhão de dólares por conta da venda da sua unidade de carros autônomos (ATG).
E Eu Com Isso?
O resultado do Uber (UBER) foi regular. Na véspera, a sua maior concorrente nos Estados Unidos – a Lyft – apresentou seu balanço. As ações caíram mais de 6 por cento e as ações UBER acompanharam parcialmente o movimento, recuando 3,4 por cento. Devido à alta exigência do mercado com os resultados do setor, acreditamos que a queda pode se acentuar para as ações UBER nesta quinta-feira (6/mai).
De carona nos detalhes: as vendas brutas do segmento mobilidade ainda recuam forte ano contra ano, 38 por cento. Na comparação trimestral ficou “flat”, isso é um ponto de provável decepção do mercado. A taxa de comissão (take-rate) do segmento ficou em 21,5 por cento, 1,3 ponto percentual a menos que no 1T20. A recuperação segue, trimestre após trimestre, e deve acelerar mais no segundo semestre deste ano.
Já o segmento delivery entregou um belo crescimento. As vendas brutas totais foram de 12,4 bilhões de dólares, aumento de 166 por cento na comparação anual e 24 por cento na comparação trimestral. A taxa de comissão melhorou, de 11,3 por cento no 1T20 e 13,5 por cento no 4T20 para 14 por cento neste trimestre.
As margens operacionais (Ebitda) seguem melhorando, à medida em que a companhia luta para ganhar eficiência e escala suficiente para atingir o ponto de equilíbrio operacional.
Neste trimestre a margem ajustada da mobilidade foi de 34 por cento, enquanto do delivery foi de -11,5 por cento. A margem do delivery piorou em relação ao último trimestre, mesmo crescendo vendas brutas e comissão (take rate), o que também é um ponto de decepção.
Os catalisadores das ações do Uber são a retomada no número de viagens e vendas brutas do segmento de mobilidade aos níveis pré-pandemia, a melhora na margem operacional do delivery e o fim da fase de prejuízos e de queima de caixa.
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