A semana deve ser mais morna no front político, com deputados e senadores longe de Brasília no que pode ser considerado um “recesso branco” – fora de época – do Congresso. Entre os dias 8 e 18 de outubro, congressistas estarão em seus estados, dando enfoque às eleições municipais.
O calendário da volta, a partir do dia 19, prevê uma série de sessões para sabatinar autoridades indicadas pelo governo para cargos na diplomacia brasileira e para o Supremo Tribunal Federal, no caso do desembargador Kassio Nunes. Somente depois desses trâmites que devem voltar as discussões acerca de projetos de lei e outros temas da agenda governamental.
Nesse contexto, como já comentei na semana passada, reformas como a tributária e a administrativa já estão virtualmente postergadas para o ano que vem. Para este ano, que vai até o dia 22 de dezembro para o Congresso Nacional, a tendência é de aprovação de outras pautas microeconômicas e a PEC Emergencial, que deve abarcar o Renda Cidadã e outros pontos importantes para o fiscal do País.
Diante da calmaria legislativa, os olhos se voltam à indicação de Kassio Nunes e seus impactos sobre o STF e a Operação Lava Jato. Por ser ligado ao Centrão, o desembargador representaria uma derrota ao lavajatismo. Essa discussão, porém, ainda não deve afetar o mercado local.
Investidores devem ficar atentos a declarações sobre o teto e o Orçamento de 2021. No recesso branco, será a hora de ministro da Economia e outros atores trabalharem para encontrar uma solução viável para acomodar todos os interesses do governo e ainda manter a responsabilidade fiscal. Quanto maior a demora para uma solução, pior será para o mercado. Para hoje, porém, o cenário político calmo pouco deve influenciar o sentido do pregão.
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