Conforme já havia sinalizado o ministro da Economia, Paulo Guedes, o governo deve promover uma nova prorrogação do auxílio emergencial para o segundo semestre de 2021.
A avaliação é de que, apesar da boa recuperação econômica, a pandemia ainda deve ser um ponto de atenção nos próximos meses. Nesse contexto, alguns membros da equipe econômica já dão como certas novas rodadas do programa.
O plano é estender o benefício por mais dois meses e encerrar o pagamento de auxílio apenas em setembro deste ano.
Dessa forma, o governo consegue dar mais proteção a grupos sociais vulnerabilizados por conta da pandemia e ainda ganha mais prazo para finalizar a proposta de criação de um programa social mais amplo, que pretende unificar o Bolsa Família e outros benefícios.
De acordo com informações preliminares do ministério da Economia, a nova rodada de auxílio custaria aproximadamente R$ 18 bilhões às contas públicas. Desse montante, R$ 11 bilhões seriam provenientes de créditos extraordinários (mediante aprovação do Congresso e fora do teto de gastos) e os outros R$ 7 bilhões viriam das sobras da atual rodada de pagamentos.
Até agora, o auxílio de 2021 tem quatro meses de duração (abril a julho) e verba de R$ 44 bilhões.
Sendo assim, o governo já trabalha na edição de uma Medida Provisória que estenda o auxílio para agosto e setembro, mantendo inalterados o público e os valores das parcelas.
Segundo cálculos do governo, até setembro deste ano o ritmo de imunização deve alcançar patamares satisfatórios para que o número de casos e óbitos de Covid possa decrescer de modo mais substancial.
E Eu Com Isso?
A prorrogação do auxílio vai na contramão dos planos iniciais de Paulo Guedes e sua equipe, mas já foi aceita com naturalidade em Brasília.
Com algum alívio no fiscal – devido às despesas efetivamente abaixo do estimado em alguns trechos do Orçamento e uma arrecadação bem acima das expectativas – o governo não terá problemas em lançar mão de recursos para bancar a nova rodada.
De bônus, ainda há ganho de tempo para finalizar a proposta que substituirá o Bolsa Família e a manutenção de grupos mais vulneráveis até que a pandemia esteja, de fato, praticamente superada. Ambas as ações podem render dividendos políticos para 2022.
Com a economia mais robusta neste ano, o mercado não deve se preocupar tanto com essa nova rodada e uma possível realização nas bolsas seria apenas marginal, impulsionada por eventuais notícias negativas. A notícia é levemente negativa para os mercados.
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