A Cyrela (CYRE3) divulgou em 12 de abril, após fechamento do mercado, sua prévia operacional do 1T21. Seus resultados vieram sólidos, com bom desempenho das vendas contratadas mesmo com a redução dos lançamentos devido ao agravamento da pandemia.
A companhia lançou seis empreendimentos no primeiro trimestre do ano ante os 14 lançados no mesmo período em 2020. O Valor Geral de Venda (VGV) referente a esses lançamentos apresentou uma contração de 55 por cento na comparação anual, registrando 378,9 milhões de reais no 1T21. Desse total, 73 por cento representam empreendimentos de alto padrão, 12 por cento médio padrão e 15 por cento do programa CVA (Casa Verde Amarela, antigo programa Minha Casa Minha Vida). A queda pronunciada reflete a atual conjuntura de agravamento da pandemia e aperto das medidas restritivas de isolamento social que fecharam os estandes de vendas.
As vendas líquidas contratadas da companhia registraram uma alta de 32,4 por cento no ano contra ano, totalizando 907,3 milhões de reais no primeiro trimestre de 2021. Desse total, cerca de 19 por cento se refere à venda de estoque pronto, 64 por cento à venda de estoque em construção e 17 por cento à venda de lançamentos – uma mudança significativa comparado à representação do mesmo período do ano anterior, onde 14 por cento se referia à estoque pronto, 31 por cento se referia à venda de estoque de construção e 55 por cento se referia à lançamentos.
Com relação à velocidade de suas vendas (VSO), a Cyrela ainda atingiu um nível de 40,7 por cento no trimestre ante 44,0 por cento registrado no mesmo período em 2020. Nos últimos 12 meses o VSO é de 52,8 por cento.
E Eu Com Isso?
Apesar dos reflexos da piora do cenário da pandemia observados no início de 2021, verificamos bons resultados reportados pela companhia, com aumento de vendas líquidas contratadas no período. Dessa forma, esperamos um impacto levemente positivo no preço das ações (CYRE3) da companhia para o curto prazo.
Em relação ao seu resultado operacional, observamos que a contração da linha de lançamentos da companhia está diretamente relacionada às maiores restrições de isolamento social impostas devido ao agravamento da pandemia no território brasileiro, com o fechamento dos estandes de vendas.
Um exemplo recente pode ser notado no adiamento do lançamento da Lavvi (LAVV3), joint venture com participação de Cyrela, que anunciou a suspensão da apresentação de seu primeiro lançamento de luxo, com intenção que este só ocorra após a reabertura dos estandes de vendas em São Paulo.
Neste âmbito, é interessante observar a redução significativa no VGV lançado para empreendimentos mais populares, com o segmento de baixa renda CVA representando 15 por cento dos lançamentos do período ante os 44 por cento de contribuição no mesmo período em 2020. Isto porque o segmento de classe média a alta vem se mostrando mais resiliente no período, incentivando a incorporadora no atendimento desse público.
Como perspectivas para o setor, entendemos que o recente aumento da taxa básica de juros pode afetar a demanda por imóveis no médio prazo, pois existe a possibilidade de aumento no custo do financiamento imobiliário devido à esperada elevação da taxa Selic até o final de 2021 (projeção de terminar 2021 em 4,5 por cento ao ano).
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