Petrobras (PETR3, PETR4) – Resultado do quarto trimestre de 2019
A Petrobras (PETR3, PETR4) divulgou o resultado do quarto trimestre de 2019 na quarta-feira (19), após o fechamento do mercado. Os números vieram bons, em linha com o esperado, com destaque para o maior lucro líquido da história da estatal e da história das empresas de capital aberto: 40,9 bilhões de reais em 2019.
O processo de venda de ativos trouxe 16,3 bilhões de dólares para o caixa da companhia, com destaque para a venda de participação na BR Distribuidora e na Transportadora Associada de Gás (TAG).
Esperamos impacto positivo no preço das ações da Petrobras (PETR3, PETR4) no curto prazo, pois a companhia está focada em melhorar o seu retorno sobre o capital empregado (Roce).
A empresa reportou uma receita líquida de 81,77 bilhões de reais, uma redução de 1,2 por cento ante o mesmo período de 2018. Essa queda na receita é explicada pela redução de 6,7 por cento nas cotações internacionais do petróleo tipo Brent. O preço por barril caiu de 71,04 dólares em 2018 para 64,30 dólares em 2019.
A geração de caixa medida pelo Ebitda foi de 37,2 bilhões de reais, um aumento de 25,3 por cento em relação ao mesmo período de 2018.
Esse aumento foi puxado, principalmente, pela maior eficiência na exploração. Hoje, mais de 60 por cento da produção vêm do pré-sal. O custo de exploração e produção no pré-sal, considerando apenas os custos operacionais, caiu 20 por cento, para 5 dólares por barril.
O lucro líquido totalizou 8,15 bilhões de reais no trimestre, cerca de quatro vezes o lucro líquido do mesmo período do ano de 2018.
A venda da participação na BR Distribuidora gerou um ganho líquido de 13,9 bilhões de reais. O processo de venda de ativos de exploração e produção trouxe 23,8 bilhões de reais para o caixa da estatal em 2019. A geração de caixa foi recorde e atingiu 30,7 bilhões de reais em 2019.
A última linha também foi negativamente afetada por ajuste no valor justo de ativos (impairment) de 9,15 bilhões de reais no trimestre.
A dívida líquida subiu 13,7 por cento, avançando de 69,4 bilhões de dólares em 2018 para 78,9 bilhões no fim de 2019. Esse aumento é explicado pelo pagamento de 34,2 bilhões de reais relacionado ao bônus do leilão do excedente da cessão onerosa.
A relação dívida líquida/Ebitda era de 2,4 vezes no fim de 2019. Estimamos que no fim de 2020 a companhia consiga entregar a alavancagem prometida de 1,5x Dívida Líquida/Ebitda.
A remuneração aos acionistas sob a forma de dividendos e JCP foi no valor de 10,6 bilhões de reais, equivalente a 0,73 reais por ação ordinária e 0,92 reais por ação preferencial em circulação. O retorno em dividendos/JCP foi de 3,2 por cento em 2019.
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