Na reta final da apresentação do super pacote previsto pelo governo para superar os desafios econômicos no pós-pandemia, o Senado Federal aprovou, nesta terça-feira (25), um convite para que o ministro da Economia, Paulo Guedes, compareça a uma sessão para dar explicações sobre comentários à derrubada do veto do reajuste de servidores públicos.
Na ocasião, o ministro declarou que a derrubada do veto era um “crime contra o País” cometido pelos senadores, causando forte irritação na Casa Legislativa. Ao cabo, a decisão foi revertida pela Câmara e o veto foi mantido.
O requerimento foi apresentado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), após reunião informal de líderes, ocorrida na manhã de ontem. Segundo Alcolumbre, seus pares não mereciam ser atacados dessa maneira e, apesar de considerar que o episódio já tenha sido superado, estaria fazendo o convite para que Guedes trouxesse uma mensagem de respeito à Casa. Agora, será agendada uma data para estender o convite ao ministro, que não tem obrigação de comparecer, mas deve estar presente para pacificar a relação com o Senado.
Havia a possibilidade de os senadores aprovarem um requerimento de convocação do ministro, o que seria visto como uma retaliação maior à sua atitude. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), teve que trabalhar para que isso não ocorresse. Como comentei após o episódio do veto, a relação entre a Casa e o Planalto pioraria nas próximas semanas. A ida de Guedes à sessão do Senado é o início de uma reconciliação delicada, com tantos temas importantes para serem discutidos e aprovados no Congresso.
Com os mercados refletindo outras expectativas no radar, de águas internacionais e referente às economias globais, a notícia pouco deve influenciar os ativos no dia de hoje. Até segunda ordem – Brasília é uma caixa de surpresas –, a política deve ficar de lado no pregão desta quarta.
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