A movimentação desta quinta-feira (02) será definida por três assuntos que, coincidentemente começam com a letra “p”.
O mais importante deles é a pandemia. Há sinais crescentes de que a variante Ômicron se espalha rapidamente e vários países já se preparam para uma reprise do que ocorreu no início de 2020.
Estados Unidos, Alemanha e França, só para citar algumas nações, já definiram medidas de restrição. No caso americano, o presidente Joseph Biden deve anunciar ainda nesta quinta-feira um prolongamento do uso obrigatório de máscaras.
A previsão era que essa medida perdesse validade no dia 18 de janeiro de 2022, mas Biden deve prolongar a exigência por um período ainda indeterminado.
Além disso, o governo americano determinou na quarta-feira (01) que todos os viajantes internacionais que se destinam aos Estados Unidos terão de fazer um teste de Covid 24 horas antes do embarque.
Na França, a expectativa das principais autoridades científicas é que a Ômicron seja a principal cepa do coronavírus em atividade no país já no fim de janeiro, com consequências ainda imprevisíveis. E na Alemanha, onde a população vacinada ainda está em 69% do total, o novo chanceler Olaf Scholz, que deve substituir Angela Merkel em janeiro, já estuda maneiras de restringir o acesso dos não vacinados a supermercados e farmácias, o que deverá representar mais um golpe para a economia europeia.
Todas essas decisões, e as que devem ser anunciadas nos próximos dias, indicam uma única direção: a volta das medidas de restrição e a inserção de travas que vão desacelerar a rotação das engrenagens da economia.
Pode ser que todas essas precauções sejam desnecessárias. Talvez em poucos dias fique provado que a variante Ômicron é mais contagiosa, mas menos letal que as variantes anteriores e tudo volte para onde estava indo – a caminho da normalidade.
Porém, por enquanto, isso é uma incerteza. E incerteza, como sabemos, é um componente importante da formação dos preços dos ativos, pois leva os investidores a demandar prêmio e a evitar o risco.
Federal Reserve
Em seu segundo dia de depoimento diante do Congresso americano, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, confirmou com todas as letras que haverá uma mudança na condução da política monetária americana.
Na terça-feira (30), ele depôs no Senado e, na quarta-feira (01), ele falou na Câmara dos Deputados. Em sua segunda apresentação, Powell afirmou que “talvez seja apropriado” retirar a palavra “transitório” dos textos do Fed que tratam de inflação.
Na véspera ele já havia afirmado que a retirada das medidas de estímulo pode ser acelerada ainda neste mês. Nos dias 14 e 15 de dezembro, o Fomc (Federal Open Market Committee), o Copom americano, realiza sua última reunião de 2021. Tornou-se mais provável que a autoridade monetária anuncie uma aceleração da retirada das medidas.
No ano passado, o Fed começou a estimular a economia comprando US$ 120 bilhões por mês em títulos públicos e hipotecários.
Em outubro, ele anunciou a decisão de reduzir essas compras em 15 bilhões por mês a partir de dezembro, o que faria o programa se encerrar em junho de 2022. Agora já há expectativas que a redução seja de até 30 bilhões por mês, finalizando o programa no primeiro trimestre e abrindo espaço para uma alta dos juros nos Estado Unidos ainda durante o segundo trimestre do ano que vem. O que representa uma virada radical na política tolerante que o Fed vinha adotando desde o início da pandemia.
Indicadores
O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro encolheu 0,1% no terceiro trimestre em comparação com o trimestre anterior, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira.
Em relação ao terceiro trimestre de 2020, a economia cresceu 4,0%. No segundo trimestre, o PIB brasileiro havia recuado 0,4%. Segundo o IBGE, o PIB está no patamar do fim de 2019 e do início de 2020 e ainda está 3,4% abaixo do máximo da série histórica.
E Eu Com Isso?
A quinta-feira começa com os contratos futuros do Ibovespa e do índice americano S&P 500 avançando em resposta às quedas da véspera.
No entanto, à medida que os investidores analisam o resultado desanimador do PIB é provável que haja um componente de volatilidade.
As notícias são positivas para a Bolsa em um cenário de volatilidade.
—
Este conteúdo faz parte da nossa Newsletter ‘E Eu Com Isso’.
—