Os números desta terça-feira vinham sendo aguardados ansiosamente pelos investidores. No Brasil, a expectativa era com o IBC-Br, prévia do comportamento do Produto Interno Bruto (PIB) divulgada mensalmente pelo Banco Central (BC). Por ser mensal, o IBC-Br é considerado uma prévia do PIB, divulgado trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E os números não foram tão ruins quanto se temia. Considerando-se os dados dessazonalizados, a economia brasileira cresceu 1,31 por cento em maio na comparação com abril. Claro, o resultado em comparação com maio de 2019 foi ruim: a produção de bens e serviços caiu 12,75 por cento. No entanto, a divulgação do IBC-Br deve ser enxergada como bom indicador de tendência, e nos mostra que a economia está se recuperando, o que é positivo.
O mês de maio tem sido pródigo em boas notícias. As vendas no varejo cresceram 13,9 por cento, e produção da indústria avançou 7 por cento. Claro, todos esses números são uma reação às quedas violentas registradas em abril. O próprio IBC-Br de abril indicou uma queda de 9,45 por cento em relação a março (dados dessazonalizados). Em termos absolutos, a produção e o consumo ainda estão distantes dos picos registrados no início do ano, antes de a pandemia se abater sobre a economia brasileira. Mesmo assim, os números mostram que a economia está em um caminho saudável de recuperação.
A melhora não se restringiu ao cenário brasileiro. No mercado internacional, as ações americanas ensaiaram uma leve alta na manhã desta terça-feira, animadas pelos resultados do banco JP Morgan. O banco divulgou uma queda de 51 por cento em seu lucro líquido no segundo trimestre. O lucro líquido do banco caiu para 4,69 bilhões de dólares (25,2 bilhões de reais). Apesar do resultado ruim, os números vieram melhores do que o esperado. O lucro por ação foi de 1,38 dólar. Na média, as expectativas eram de um lucro por ação de 1,04 dólar, abaixo do resultado divulgado. Por isso, as ações do banco avançaram 4 por cento no pré-mercado.
Esta será a semana dos balanços dos bancos americanos. Nesta terça-feira, além do JP Morgan, Citigroup e Wells Fargo divulgam seus números. Na quarta-feira (15) será a vez do Goldman Sachs, e na quinta-feira (16) saem os números do Morgan Stanley e do Bank of America. Os resultados dos bancos, que deverão mostrar as perdas reais com empréstimos concedidos a empresas e a indivíduos, serão um dos indicadores mais importante da saúde da economia americana.
Os dados da economia real brasileira e os resultados dos bancos mostram concretamente aquilo que as expectativas já vinham antecipando. Apesar do impacto pesado da pandemia do coronavírus sobre pessoas e empresas, os resultados das companhias abertas e a economia como um todo estão mostrando uma capacidade de recuperação melhor do que o esperado. Com isso, os preços dos ativos começam o dia em alta.
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