Nem mesmo as boas notícias sobre o Produto Interno Bruto (PIB) de diversos países europeus, divulgadas na manhã desta sexta-feira, foram capazes de animar os investidores. Na Alemanha, a economia cresceu 8,2 por cento no terceiro trimestre. Na França, o crescimento foi de 18,2 por cento nesse período. Na quinta-feira, os Estados Unidos haviam divulgado um crescimento de 7,4 por cento ante o segundo trimestre e de 33,1 por cento ante o mesmo período de 2019, ambos resultados melhores que as expectativas. No entanto, o que vem afetando o humor dos investidores na abertura dos negócios são os resultados das empresas de tecnologia.
As ações da Apple caíram 4 por cento no pré-mercado após a companhia informar a maior queda nas vendas do iPhone em dois anos, devido à demora no atraso do lançamento dos modelos compatíveis com a tecnologia 5G. As ações da Amazon caíram 1,4 por cento depois de a empresa anunciar uma previsão de aumento de custos devido à pandemia. E os papéis do Facebook recuaram 2 por cento depois de a empresa divulgar que espera um cenário adverso em 2021. A exceção foi a Alphabet, controladora do Google, cujas ações subiram 7 por cento depois de a empresa divulgar resultados do terceiro trimestre melhores do que o esperado.
O cenário global permanece negativo. Além da indefinição quanto a pacotes de ajuda econômica, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, os investidores temem a repercussão global da segunda onda da pandemia provocada pelo coronavírus. O fato de os Estados Unidos terem registrado a marca de 9 milhões de contaminados não ajudou a melhorar o humor. E, para piorar, a aproximação da eleição, marcada para a próxima terça-feira, e as perspectivas de que seu resultado possa ser contestado juridicamente se Trump perder acrescentam mais pessimismo à conta. E o fato de as grandes empresas de tecnologia, consideradas as vencedoras no cenário pós-pandemia, terem informado que as perspectivas não são tão róseas foi o que bastava para drenar o bom humor.
INDICADORES – A taxa de desemprego no Brasil ficou em 14,4 por cento nos três meses até agosto, acima dos 13,8 por cento registrado em julho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. A mediana das previsões era de que a taxa ficaria em 14,2 por cento por cento no período.
Os contratos futuros de S&P 500 estão em baixa, mas o Ibovespa futuro opera em leve alta, após as quedas da quarta-feira. A perspectiva é de uma recuperação técnica em um dia marcado por volatilidade, devido à véspera do feriado de 2 de novembro.
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