Nesta quarta-feira (19) a Cielo (CIEL3) confirmou a renúncia de seu diretor-presidente (CEO) Paulo Caffarelli após dois anos e meio no comando da maior adquirente do país. Caffarelli vai ficar no cargo até dia 31 de maio, para realizar um período de transição para que o atual CFO da companhia, Gustavo Henrique Santos de Sousa, assuma o cargo de CEO.
Nesses mais de dois anos à frente da Cielo, Paulo Caffarelli tentou modernizar a companhia, que foi a primeira de grande porte no segmento de pagamentos, sendo ainda hoje a maior adquirente do país. O executivo lançou iniciativas como a Cielo Digital, uma wallet, e negociou pessoalmente com Facebook e o Banco Central para o lançamento de pagamentos via WhatsApp, iniciativa que teve início no começo deste mês.
Caffarelli e Sousa começaram suas carreiras no Banco do Brasil (BBAS3), companhia que ainda divide controle da Cielo com o Bradesco (BBDC4), e são amigos há mais de 30 anos.
E Eu Com Isso?
Acreditamos que a notícia é negativa para a Cielo, com impacto negativo no preço das ações da companhia (CIEL3) no curto prazo. Paulo Caffarelli estava conduzindo a adquirente para caminhos mais promissores apesar do desempenho negativo das ações, com queda de 51,3 por cento em 2020 e queda de 1,5 por cento no acumulado de 2021.
A Cielo enfrenta problemas estruturais, principalmente em termos de Governança Corporativa que é dividida entre os dois bancos acionistas controladores (Banco do Brasil e Bradesco), o que a impede de ter iniciativas além da área de pagamentos que possam gerar qualquer tipo de competição para os dois bancos.
A saída do executivo foi uma surpresa até mesmo para pessoas próximas à empresa, segundo fontes, o executivo saiu porque tinha “outros planos”. Outras fontes dizem que a saída do executivo pode ter tido motivações políticas, uma vez que foi responsável pelo braço de investimentos do BB na era Dilma e presidiu o banco durante a gestão Temer, porém nunca foi ligado ao atual presidente.
Enquanto, concorrentes como a Stone (NASDAQ:STNE) continuam inovando e ampliando seu escopo provendo um ecossistema para os varejistas, como por exemplo a aquisição da provedora de softwares para o varejo Linx (LINX3).
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