A semana se encerra com indicadores díspares nos principais mercados. Nos Estados Unidos, apesar da volatilidade amplificada pelo vencimento das opções de ações e de índices, o dia começa levemente positivo. O que anima os investidores foram declarações do Secretário do Tesouro americano, Steve Mnuchin, de que o presidente Donald Trump vai, pessoalmente, fazer lobby junto aos senadores republicanos para aprovar um pacote de estímulos econômicos amplo, destinado a combater a pandemia do coronavírus. Nos últimos dias, Trump tem estimulado o Congresso a “pensar grande”, o que indica que ele poderá propor um pacote maior do que os 1,8 trilhão de dólares sugeridos pela Casa Branca na semana passada.
Do outro lado do Atlântico, os investidores aguardam a decisão definitiva do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, sobre se aceita ou não um acordo comercial entre o Reino Unido e a União Europeia (UE) em um cenário pós-Brexit. Johnson recebeu um ultimato na Cúpula da UE em Bruxelas. A decisão deve afetar 900 bilhões de dólares por ano em comércio internacional e influenciar o arranjo de cadeias de suprimentos que se estendem por toda a Europa. O negociador-chefe da Grã-Bretanha, David Frost, disse estar “desapontado e surpreso” com o fato de a UE não estar mais comprometida em trabalhar “intensamente” por um acordo, mas uma resposta virá ainda nesta sexta-feira.
Em um cenário de tanta incerteza, quando variáveis imprevisíveis se acumulam, a saída é recorrer aos fundamentos e consultar o que interessa: os indicadores econômicos e os resultados das empresas.
Os indicadores mostram uma retomada da economia nos Estados Unidos. Na manhã desta sexta-feira (16), o Departamento de Comércio americano informou uma alta de 1,9 por cento nas vendas do varejo americano em relação a agosto. O resultado foi mais que o dobro da expectativa, que era de uma alta de 0,7 por cento.
Os resultados das empresas também permitem um pouco de otimismo. Na quinta-feira (15), a Companhia Siderúrgica Nacional (CSNA3) divulgou seus resultados do terceiro trimestre, mostrando números bastante positivos (leia mais abaixo). A expectativa dos investidores é que as companhias abertas brasileiras repitam o desempenho de suas colegas americanas nos resultados entre julho e setembro. Os primeiros números que estão saindo mostram razões para o otimismo. Apesar de a pandemia ter provocado retrações pesadas em alguns setores, como as companhias aéreas, a maioria das empresas conseguiu melhorar suas margens e preservar seus lucros, mesmo tendo de enfrentar uma retração no faturamento.
INDICADORES – O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) subiu 3,20 por cento em outubro, abaixo dos 4,34 por cento de alta registrados em setembro. Com este resultado, o índice acumula alta de 17,63 por cento no ano e de 19,85 por cento em 12 meses. Em outubro de 2019, o índice subira 0,77 por cento no mês e acumulava elevação de 2,97 por cento em 12 meses, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Os preços das matérias-primas brutas provocaram a desaceleração no índice. Em outubro, esses preços avançaram 5,77 por cento, pouco mais da metade da alta de 11,17 por cento registrada em setembro.
O bom desempenho das vendas no varejo americano em setembro sustenta uma alta dos contratos futuros do índice S&P 500 na abertura dos negócios, apesar da volatilidade amplificada devido ao vencimento das opções sobre ações e índices. Já os contratos de Ibovespa começam o dia em leve queda, o que indica volatilidade no curto prazo.
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