Segundo informações de mercado, a plataforma de chat para games “Discord” está engajada em vender o negócio ou até mesmo abrir capital via IPO nos Estados Unidos. Dentre os possíveis interessados estão a Microsoft, que desponta como favorita para levar a empresa, mas a Amazon, o Google e o Twitter correm por fora.
Para o setor de games, a Discord e o seu aplicativo são um ativo interessante do ponto de vista estratégico, pois é capaz de conectar as empresas com seus usuários em comunidades e grupos de chat e áudio. Com o mercado aquecido, especialmente após a Roblox conseguir uma avaliação de 42 bilhões de dólares no seu recente IPO, a expectativa é que a Discord possa ser avaliada em pelo menos 10 bilhões de dólares.
O que pode limitar a avaliação da empresa são suas finanças, que ainda estão em um estágio extremamente incipiente. Em janeiro, foi apurado que a companhia apresentou receita de 130 milhões de dólares em 2020 e 45 milhões em 2019. O número de Usuários Ativos Mensais (MAU) é de 140 milhões.
E Eu Com Isso?
Mesmo que a Microsoft (MSFT) desponte como favorita para levar a Discord, a notícia não deve ser suficiente para fazer preços na sessão desta terça-feira (23), muito embora o possível acordo agora fique no radar dos investidores.
Além disso, a depender do preço de negociação, o mercado pode reagir mal à notícia e derrubar o preço da ação da companhia compradora. Vimos isso acontecer recentemente, quando a Salesforce adquiriu a Slack em um acordo de aproximadamente 26 bilhões de dólares.
Certamente, a pandemia catalisou o crescimento da Discord. Contudo e ao que tudo indica, a companhia ainda está um pouco longe de atingir o breakeaven (ponto de equilíbrio) operacional e passar a ser lucrativa.
Outra dúvida que fica é na sua capacidade de monetizar a base de usuários. O modelo de negócios da empresa é através de assinaturas, mas boa parte dos recursos estão disponíveis já nas versões gratuitas. O atual CEO e fundador da empresa – Jason Citron – é extremamente contra o modelo de publicidade, que poderia gerar receita em cima da base de usuários gratuitos. Por um lado, isso melhora a experiência do usuário e o fideliza, por outro, limita a geração de valor sobre a base (ao menos no curto prazo).