O resultado trimestral da Magazine Luiza (MGLU3) foi marcado por sinais mistos. Enquanto mesmo em meio aos impactos da Covid-19, a empresa conseguiu aumentar sua receita líquida (20,9 por cento na comparação anual), o mesmo não se pode dizer sobre o lucro líquido e o Ebitda.
O resultado líquido ajustado passou de um lucro de 125,6 milhões no primeiro trimestre de 2019 para um prejuízo de 8,0 milhões em março deste ano. Considerando as receitas não recorrentes, o lucro líquido do primeiro trimestre de 2020 foi de 30,8 milhões. Com isso, a margem líquida foi de 0,6 por cento no primeiro trimestre de 2020, contra 3,1 por cento no mesmo período do ano passado.
O Ebitda totalizou 273,9 milhões de reais, queda de 15,9 por cento em relação ao primeiro trimestre de 2019, com piora na margem Ebitda: de 8,9 por cento em 2019 para 5,2 por cento em 2020.
O principal destaque positivo foi o forte crescimento de 73 por cento do varejo eletrônico que agora já representa 53 por cento das vendas totais (GMV). Já no e-commerce tradicional, as vendas evoluíram 47,5 por cento. O marketplace cresceu impressionantes 185 por cento na comparação anual, representando 30,1 por cento da e-commerce total, contribuindo com 1,2 bilhão de reais em vendas.
Outro ponto de destaque foi o consumo de caixa de 2,5 bilhões de reais no trimestre, devido ao maior nível de estoques no trimestre.
A manutenção do crescimento das vendas, e mais um forte resultado positivo do e-commerce, devem ser suficientes para satisfazer o mercado apesar da surpresa negativa na última linha. Cada vez mais digital, a Magazine Luiza deve continuar sendo precificada pelo mercado como uma empresa de tecnologia e, por isso, esperamos impacto positivo sobre suas ações (MGLU3) no curto prazo.
A receita líquida atingiu 5,2 bilhões de reais no período, crescimento de 20,9 por cento em relação ao mesmo período de 2019. As despesas operacionais cresceram 39 por cento no trimestre devido à consolidação da Netshoes, investimentos em melhoria no nível de serviço e aquisição de novos clientes, e do fechamento temporário das lojas físicas.
Atualmente, cerca de 64 por cento das entregas são feitas em até 48 horas. A empresa agora promete que cerca de 25 por cento das vendas do 1P vão chegar às casas dos clientes em até um dia útil (5 por cento atualmente) ainda no próximo mês de junho.
A Companhia encerrou o trimestre com uma posição total de caixa de 4,6 bilhões de reais, dos quais 2,6 bilhões de reais em caixa e 2,0 bilhões em recebíveis de cartão de crédito.
A empresa também divulgou o desempenho em abril e maio. Em abril, o e-commerce total do Magalu mais que dobrou ao crescer 138 por cento. Com isso, mesmo com uma queda de 84 por cento no faturamento das lojas físicas (parcialmente reabertas a partir de 22 de abril), as vendas totais cresceram 7 por cento no período. Em maio, os números aceleraram ainda mais. O e-commerce mais que triplicou o crescimento até o último dia 20.
Apesar do segundo trimestre desafiador, mesmo impactada pelo fechamento de lojas (aprox. 50 por cento GMV total pré-Covid-19) e com uma recuperação apenas gradual nos próximos meses diante da baixa perspectiva econômica, a Magalu segue bem posicionada no varejo eletrônico brasileiro.
–
* Este conteúdo faz parte do nosso boletim diário: ‘E Eu Com Isso?’. Todos os dias, o time de analistas da Levante prepara as notícias e análises que impactam seus investimentos. Clique aqui para receber informações sobre o mercado financeiro em primeira mão.
Leia também: Via Varejo (VVAR3) – Resultado do primeiro trimestre de 2020