Nesta quarta-feira (30), foi realizada o leilão de privatização das operações de saneamento básico e distribuição de água da região metropolitana de Maceió (AL), a primeira desde a aprovação da Nova Lei do Saneamento. O projeto foi estruturado pelo BNDES com a coordenação da secretaria de infraestrutura do estado e obteve sete lances no total.
A empresa BRK Ambiental venceu o leilão com um lance de 2 bilhões de reais pela concessão, cerca de 35 por cento acima do segundo colocado, consórcio Jangada, composto pela Sabesp (SBSP3) e Iguá Saneamento, com lance de 1,48 bilhão de reais. A Equatorial Energia (EQTL3), que já opera a concessão de distribuição de energia no Estado, ficou com a terceira colocação com um lance de 1,29 bilhão de reais.
O projeto prevê um investimento de 2,6 bilhões de reais ao longo de 35 anos, com 2 bilhões nos primeiros 6 anos. O vencedor do projeto terá a meta de universalização da distribuição de água em até seis anos, hoje com taxa de 89 por cento da população atingida, e ampliar o acesso ao esgotamento sanitário em 90 por cento em 16 anos, no qual somente 27 por cento da população possui acesso hoje.
O sucesso do leilão marca um passo importante para o setor de saneamento e retira a nuvem de dúvidas em relação à efetividade da aprovação da Nova Lei. As empresas mostraram um forte interesse, com lances que superaram amplamente as expectativas do governo de Alagoas, abrindo uma janela importante para a realização de novas concessões a iniciativas privadas.
Havia uma expectativa positiva do mercado sobre a Equatorial (EQTL3) vencer o certame, devido a potenciais sinergias por já operar uma concessão de energia no Estado. Porém, enxergamos uma aceleração de projetos de saneamento a serem destravados daqui em diante, abrindo oportunidades para diversas empresas do setor em investir e capturar um bom retorno nos projetos.
O leilão mostrou que, com boa vontade e competência, projetos atraentes podem surgir do setor público. A judicialização, porém, continua sendo um risco importante a ser monitorado. Neste caso uma decisão proferida por uma desembargadora da Justiça alagoana para suspender o leilão foi revertida pela equipe do governo do Estado apenas duas horas antes da realização do evento.
Acreditamos que as empresas Sabesp (SBSP3), Iguá (capital fechado em vias de fazer IPO) e a Equatorial (EQTL3) deverão participar de futuros leilões do setor de saneamento básico a ser realizado pelo Governo.
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