A Netflix (NFLX) anunciou no sábado (27), em um evento de animação virtual no Japão, que irá dobrar o número de lançamentos na categoria de animes (desenhos animados com forte apelo no mercado oriental) neste ano de 2021. A estratégia é vista como uma forma de se posicionar contra os concorrentes AT&T e Sony por conteúdos originais com foco neste público.
Dessa forma, serão ao menos 40 lançamentos neste ano. No ano passado, o filme em formato anime “Demon Slayer” produzido por um estúdio da Sony foi um tremendo sucesso, alcançando o quarto lugar no ranking de maior bilheteria no mundo e o maior da história no Japão.
De acordo com o chefe de produção de animes da Netflix – Taiki Sakurai – ao menos metade dos mais de 200 milhões de assinantes consumiu algum conteúdo desta categoria, que segundo ele, cresce 50 por cento ao ano em termos de visualização global.
Segundo dados de associações do setor, o mercado global de animes dobrou na última década (dados até 2019), atingindo 23 bilhões de dólares entre bilheteria, mercadorias e taxas da televisão. A expectativa é que até 2025 a indústria possa crescer para cerca de 36 bilhões de dólares.
E Eu Com Isso?
Vemos a notícia como positiva e alinhada à estratégia da Netflix de oferecer filmes e séries de qualidade para todos os gostos e públicos. Em adição, a produção e lançamento de conteúdo focado no mercado asiático é inteligente, dado que é a região que mais cresce em termos de assinantes no mundo.
Apesar disso, as ações da Netflix (NFLX) não devem ser impactadas no curto prazo com a notícia, visto que os benefícios são apenas marginais em uma janela temporal curta. Importante mencionar, porém, que no longo prazo, o impacto pode ser relevante em termos de redução de churn (taxa de cancelamento) e aumento do “lifetime value”, que é a receita média gerada por cliente em determinada janela de tempo.
Em 2020, a região Ásia-Pacífico (APAC) registrou crescimento de 59,5 por cento na base de assinantes, a maior taxa considerando as 4 regiões segmentadas pela Netflix. Com a penetração bastante elevada na região “de casa” (Estados Unidos e Canadá), a avenida de crescimento da maior empresa de streaming do mundo passa, necessariamente, pela expansão global.
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