Demorou, mas saiu. Após dez anos de estudos, idas e vindas, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) vai abrir o capital de sua controlada CSN Mineração. Mais conhecida pelo nome de sua principal mina de minério de ferro, a Casa de Pedra, a empresa pode ser a maior abertura de capital deste ano, superando os 4,5 bilhões de reais do Grupo Mateus, rede de varejo maranhense que listou suas ações na B3 no dia 8 de outubro.
A Casa de Pedra não será a única empresa a preparar seu Initial Public Offering (IPO). Também estão na lista gigantes como a Rede D’Or, um dos maiores grupos hospitalares do País, e mesmo candidatos até há pouco tempo improváveis, como a rede de supermercados Big. Até há poucos anos controlado pela gigante americana Wal Mart, o Big pertence hoje ao fundo de private equity Advent, que pretende listar suas ações na B3. Será a quarta rede de supermercados a figurar no pregão, ao lado de Pão de Açúcar, Carrefour e do recém-chegado Mateus. Até mesmo o setor de petróleo terá estreias. Após uma longa batalha na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a 3R Petroleum, empresa dedicada a comprar e a explorar campos petrolíferos maduros que devem ser vendidos pela Petrobras, pode movimentar de 800 milhões a 1,08 bilhão de reais com sua abertura de capital.
Para dizer se investir em cada um desses IPOs faz sentido ou não, só olhando os números de perto e analisando cuidadosamente as perspectivas da empresa e do setor, além de avaliar se o preço pedido no lançamento faz sentido ou não. São análises sofisticadas, algo que a equipe de análise da Levante Ideias de Investimentos faz com todo o cuidado e (modéstia à parte) com uma competência ímpar. No entanto, boas ou nem tanto, as ofertas mostram a resiliência e a solidez do mercado brasileiro.
Nesses tempos de pandemia e crises internacionais, as notícias negativas ganham, naturalmente, destaque. Sua importância não pode ser minimizada. No entanto, também há boas novas. E uma das mais importantes é que, apesar da pandemia e da indefinição eleitoral nos Estados Unidos, o mercado de capitais brasileiro continua funcionando perfeitamente. Ou seja, boas empresas com histórias de sucesso e perspectivas de crescimento encontram investidores dispostos a investir nelas, compartilhando os riscos para dividir os ganhos. E essa é a melhor notícia para o investidor, independente da volatilidade de curto prazo.
INDICADORES – O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) variou 2,92 por cento no segundo decêndio de outubro, ante 4,57 por cento no mesmo período do mês anterior. Com este resultado, a taxa acumulada em 12 meses passou de 18,20 por cento para 20,56 por cento. A queda é explicada pela desaceleração em algumas commodities, especialmente o minério de ferro, cujos preços recuaram 0,34 por cento após terem subido 17,01 por cento. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) variou 3,75 por cento no segundo decêndio de outubro, ante 6,36 por cento no segundo decêndio de setembro. E o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,71 por cento no segundo decêndio de outubro, após variar 0,38 por cento no mesmo período de coleta de setembro.
Os contratos futuros de Ibovespa e do índice americano S&P 500 estão em alta na manhã desta terça-feira, estimulados pelas perspectivas de retomada das negociações entre democratas e republicanos para a definição do pacote de ajuda econômica americana, cujo prazo se encerra hoje.
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