Há economia após a Covid-19. Essa é a conclusão dos resultados da economia chinesa no terceiro trimestre, divulgados nesta madrugada pelo governo. O Produto Interno Bruto (PIB) chinês avançou 4,9 por cento no terceiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado, e 2,7 por cento na comparação com o segundo trimestre deste ano. No acumulado dos nove primeiros meses de 2020, o crescimento foi de 0,7 por cento em comparação com o mesmo período de 2019. “De um modo geral, a economia nacional continuou em recuperação”, informou o Escritório Nacional de Estatísticas, o IBGE chinês, em um comunicado. O crescimento trimestral veio abaixo das expectativas, que eram de um avanço de 5,2 por cento. No entanto, as expectativas são de que a China continue divulgando boas notícias, pois a pandemia parece estar controlada por lá.
As projeções de crescimento da China para o ano estão na casa dos 2 por cento, um resultado superior ao que se previa no início do ano. Nos primeiros meses de 2020, o impacto da pandemia prometia levar o PIB chinês a uma queda profunda. No entanto, a economia chinesa mostrou uma capacidade surpreendente de recuperação, o que deve elevar sua importância no quadro econômico global. O PIB chinês deve representar pelo menos 30 por cento do crescimento econômico mundial em 2020 e provavelmente nos próximos dois anos.
Não foi a única notícia positiva no cenário internacional. Em mais uma das dezenas de idas e vindas na negociação do pacote de estímulo à economia americana, Nancy Pelosi, a deputada democrata presidente da Câmara dos Deputados afirmou, ao longo do fim de semana, ainda estar otimista quanto a um acordo ser fechado antes das eleições de 3 de novembro. Foi apenas mais uma das diversas declarações contraditórias registradas ao longo das últimas semanas, mas serviu para manter o ânimo dos investidores que havia melhorado devido às boas notícias da economia chinesa.
A retomada do crescimento chinês é benéfica para o Brasil, grande exportador de commodities para a China. Apesar de parceiros comerciais importantes do país asiático, como os Estados Unidos e a Europa, ainda terem um período difícil pela frente devido ao recrudescimento da contaminação pelo coronavírus, as indústrias chinesas deverão continuar comprando commodities brasileiras. Além disso, o quadro brasileiro parece estar se estabilizando. O Brasil completou uma semana com curva de mortes por Covid-19 em queda, com média móvel em 483 óbitos, após um mês de estabilidade. No boletim de domingo (18), foram 195 mortes segundo o consórcio dos veículos de imprensa. Ao todo, são 153,8 mil mortos e 5,2 milhões de casos de contaminação.
BOLETIM FOCUS – Mais uma vez os prognósticos para a inflação deste ano e para a taxa de câmbio no encerramento de 2020 subiram. Segundo a edição mais recente do Boletim Focus, divulgada pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (19), a expectativa do IPCA subiu para 2,65 por cento, ante 2,47 por cento na semana anterior. O dólar previsto para dezembro avançou para 5,35 reais, ante os 5,30 reais da semana passada e os 5,25 reais de há quatro semanas. E a estimativa para o PIB avançou levemente, para uma retração de 5,00 por cento, ante a queda de 5,03 por cento prevista na semana passada. Como há vários meses, a taxa Selic prevista para dezembro continua em 2,00 por cento.
As boas notícias da economia chinesa e o aumento das probabilidades de que o Congresso e o Executivo americanos se acertem para definir um pacote de ajuda estimularam os pregões no início desta segunda-feira. Os contratos futuro de Ibovespa com vencimento para dezembro estão em alta de 0,5 por cento, e a alta dos contratos futuros do índice americano S&P 500 superam 0,7 por cento.
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