A Gafisa (GFSA3) comunicou na quarta-feira (1) que na sua próxima assembleia geral ordinária (AGO), marcada para dia 30 de abril, vai deliberar sobre: i) redução de capital para absorção dos prejuízos acumulado; ii) programa de recompra de ações com prazo de um ano, conforme comunicado no Fato Relevante do último dia 27 de março e; iii) incorporação da Upcom.
O movimento de redução de capital pretendido pela construtora chama a atenção pois é incomum no mercado, visto que normalmente as companhias realizam aumentos de capital, na direção contrária ao que ela planeja fazer.
Uma vez aprovado, a companhia irá absorver os prejuízos acumulados e com isso reabrir a prerrogativa de poder distribuir os lucros futuros em forma de dividendos aos seus acionistas. No cenário atual, ela não pode remunerar seus sócios com proventos por força de lei, pois não tem reserva de lucros.
Acreditamos que a redução de capital é positiva para os acionistas da Gafisa (GFSA3) no médio e longo prazo. Entretanto, a companhia vem divulgando sucessivos prejuízos nos seus resultados, exceção feita ao quarto trimestre de 2020 que teve lucro de 38,6 milhões de reais, devido a itens não recorrentes.
Já o programa de recompra de ações visa reforçar a visão da companhia de que suas ações estão baratas no mercado, transmitindo uma sinalização positiva do seu futuro e da confiança do management em alcançar bons resultados.
A companhia tinha uma posição de caixa de 414 milhões de reais em dezembro, com relação dívida líquida sobre patrimônio líquido de 35 por cento.
A Gafisa precisa aumentar o seu retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) e reduzir o seu nível de endividamento.
–
* Este conteúdo faz parte do nosso boletim diário: ‘E Eu Com Isso?’. Todos os dias, o time de analistas da Levante prepara as notícias e análises que impactam seus investimentos. Clique aqui para receber informações sobre o mercado financeiro em primeira mão.
Leia também: Cenário das próximas duas semanas definirá os rumos do mercado