Os resultados das grandes empresas americanas começaram a sair. Como é de praxe, as primeiras divulgações relevantes foram as dos bancos. Na terça-feira (13), JP Morgan e Citigroup divulgaram resultados. O Citi apresentou um faturamento de 17,3 bilhões de dólares no trimestre, em linha com as expectativas, que eram de 17,2 bilhões. O lucro, porém, subiu para 3,23 bilhões de dólares ante 1,3 bilhão no segundo trimestre. O resultado esperado para o terceiro trimestre era de cerca de 2,1 bilhões de dólares.
Os bons números continuaram a sair nesta quarta-feira. Os resultados do banco de investimentos Goldman Sachs apresentaram um desempenho semelhante. O lucro por ação no terceiro trimestre foi de 9,68 dólares, bastante acima da expectativa, que era de 5,50 dólares. Outras empresas também vão divulgar seus resultados nesta quarta-feira e nos próximos dias. Os números que serão observados com mais atenção são os das empresas aéreas, vistas como um indicador da velocidade de movimentação da economia.
Em um momento como o atual, em que o mercado mais importante do mundo está indefinido esperando o resultado da eleição presidencial, o trabalho de traçar uma estratégia de investimentos fica muito mais difícil. Especialmente neste ano. Além de ser a mais polarizada em décadas e com a ameaça de ter seus resultados contestado na Justiça, a eleição americana coloca frente a frente dois candidatos com visões bastante diferentes sobre o mercado. O republicano Donald Trump é favorável a impostos baixos para empresas e investidores, e também defende pouco Estado e uma política monetária frouxa. Já o democrata Joe Biden quer mais intervenção, em linha com o que alguns economistas vêm defendendo para compensar os efeitos nocivos da pandemia.
Ambas as visões são conflitantes. E o mercado, que funciona como uma caixa de ressonância das expectativas, vê um aumento da volatilidade. Por isso, é essencial prestar atenção aos resultados das empresas, que são, em última análise, o indicador da saúde da economia.
INDICADORES – O volume de serviços cresceu 2,9 por cento em agosto, na comparação com julho, e chegou à terceira alta seguida, acumulando crescimento de 11,2 por cento no período. Esse resultado, porém, ainda não foi suficiente para recuperar as perdas de 19,8 por cento entre fevereiro e maio. Já em relação a agosto de 2019, o volume de serviços recuou 10 por cento, sexta taxa negativa seguida nessa base de comparação. No acumulado em 2020, a queda é de 9 por cento. Em 12 meses, o recuo é de 5,3 por cento. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta quarta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
INDICADORES 2 – A prévia do Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) da Fundação Getulio Vargas sinaliza uma queda de 1,8 ponto em outubro, para 144,0 pontos. O resultado representaria uma desaceleração da tendência de queda em relação ao mês passado. Após o sexto mês em queda, o IIE-Br devolveria 70 por cento da alta de 95,4 pontos observada no bimestre março-abril.
O dia promete ser volátil devido ao vencimento dos contratos de índice na B3, evento que eleva o volume de negócios e que tende a ampliar as oscilações de preços. Nos primeiros momentos, os contratos futuros de Ibovespa operam perto da estabilidade, em leve alta.
Importante lembrar que a partir de 03/11 a Bolsa passa a negociar das 10 às 18 horas, sem ter aftermarket.
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