Após a mais recente divulgação da pesquisa Datafolha de avaliação de governo, o presidente Bolsonaro seguirá dando enfoque à região Nordeste como estratégia política. Os dados mostram que a aprovação do presidente, historicamente mais baixa no Nordeste quando comparada às demais regiões brasileiras, subiu em função do auxílio emergencial dado pelo governo.
O resultado da pesquisa foi suficiente para Bolsonaro escalar o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, para percorrer os 11 estados da região em cerca de 40 dias, divulgando ações do governo federal e participar de eventos com pré-candidatos a prefeitos.
Marinho tem sido muito requisitado por aliados devido ao volume de recursos em suas mãos e a projeção eleitoral dos programas de sua pasta. Nativo do Rio Grande do Norte, ele também pretende disputar o governo do Estado em 2022 – hoje, a atual governadora, Fátima Bezerra, é petista. A assessoria de Marinho nega qualquer viés eleitoral, mas a sua presença com diversos caciques eleitorais durante os últimos meses parece demonstrar o contrário.
O governo disputa a hegemonia petista nos estados nordestinos de olho em 2022. A última pesquisa de avaliação de governo demonstra que o voto nesta região é pouco ideológico, mas sim ligado à qualidade de vida. Em tempos de eleições municipais, o alinhamento de interesses entre prefeitos, governadores, deputados e senadores e o Planalto é bastante comum e pode servir de prévia para as eleições gerais, daqui dois anos. Por ser um acontecimento de longo prazo, porém, o foco do governo no Nordeste não deve impactar os mercados hoje.
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