As notícias da morte do setor de tecnologia americano foram muito exageradas. Na segunda-feira (12), enquanto o pregão brasileiro não funcionava devido ao feriado, as ações americanas apresentavam uma forte valorização, lideradas por duas empresas líderes no segmento de tecnologia. A Apple viu suas ações avançarem 4 por cento devido às expectativas positivas para o lançamento do iPhone 12, marcado para esta terça-feira (13). Um dos lançamentos com mais inovações, o modelo de número 12 deve marcar a entrada vigorosa da empresa da maçã na tecnologia 5G. Além disso, a Apple deve anunciar o iPhone 12 Pro Max, um modelo com tela de 16,75 centímetros e que deverá ser vendido, antes dos impostos, por 1.400 dólares. O preço elevado deverá aumentar o faturamento da Apple, o que justificou a alta das ações.
Não foi o único evento empresarial a chamar a atenção dos investidores. Começou a divulgação da safra de balanços, e o banco JP Morgan registrou lucro líquido de 9,443 bilhões de dólares, ou 2,92 dólares por ação no terceiro trimestre, uma alta de 4 por cento em comparação com o mesmo período de 2019. A receita foi de 29,1 bilhões de dólares, com queda de 0,2 por cento. Com tudo isso, o índice S&P 500 subiu 1,6 por cento e fechou apenas 1,5 por cento abaixo de seu recorde histórico. O movimento ocorreu apesar de os republicanos e a oposição democrata permanecerem longe de um acordo sobre estímulos econômicos adicionais, faltando apenas três semanas para as eleições nos Estados Unidos.
A grande incógnita para os investidores são os resultados do terceiro trimestre, com as empresas divulgando seu desempenho no primeiro momento pós-pandemia, quando as atividades começavam a caminhar para uma normalidade (ou nova normalidade). Os números vão demonstrar qual a resiliência dos resultados das companhias. A questão é se o exemplo do JP Morgan, que conseguiu elevar seu lucro em 4 por cento apesar de as receitas não se alterarem, será um padrão para as grandes companhias americanas.
BOLETIM FOCUS – A edição mais recente do Boletim Focus, do Banco Central (BC), mostra elevações nas expectativas para a inflação e para o dólar. A alta de preços esperada segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano é de 2,47 por cento, ante os 2,12 por cento da semana passada e da projeção de 1,94 por cento de há quatro semanas. E pela primeira vez em mais de cinco meses, a projeção para a taxa de câmbio também subiu. Os prognósticos para o dólar no fim de dezembro deste ano estão em 5,30 reais, alta ante os 5,25 reais da semana anterior. A projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 é de uma retração de 5,03 por cento, em linha com os 5,02 por cento de queda registrados na edição anterior, e a taxa Selic esperada para dezembro segue em 2 por cento ao ano.
Pontualmente, no início dos negócios nesta manhã, os índices futuros americanos estão no vermelho. Além de uma realização dos lucros da véspera, pesou a notícia de que a Johnson & Johnson decidiu suspender temporariamente os testes para uma vacina de covid-19 que já estava na terceira fase. A suspensão foi decidida após uma das participantes apresentar uma doença inexplicada. No entanto, isso não afetou os contratos do Ibovespa na abertura, que estão subindo em linha com a alta internacional da segunda-feira.
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