A penúltima semana de janeiro apresentou preços de celulose em forte alta, com o aumento de 14,61 dólares no preço da fibra curta no mercado europeu para 711,97 dólares, e com a fibra longa se mantendo estável em 909 dólares por tonelada.
Na China, o preço líquido da fibra curta estava em 536,91 dólares por tonelada. O preço da fibra longa subiu 36,35 dólares, chegando a 779 dólares por tonelada. Essa alta de preços sinaliza que será possível a aplicação dos reajustes anunciados para fevereiro. Este seria o segundo aumento aplicado em 2021, podendo ocorrer novos anúncios nos meses seguintes em todas as regiões.
Ainda nesse período, a Suzano informou a seus clientes que elevará seus preços na China a partir de fevereiro para 580 dólares por tonelada, alta de 50 dólares, além de elevar para 820 dólares por tonelada na Europa e 1.040 dólares por tonelada na América do Norte. A expectativa, assim, é de que a commodity continue se valorizando em fevereiro.
Após últimos anos mais turbulentos, os produtores têm conseguido praticar reajustes de seus preços em 2021. Com o baixo nível de estoque e a recuperação na demanda, a tendência é de recuperação nos preços de celulose nos próximos meses.
E Eu Com Isso?
Acreditamos que a notícia é positiva para as empresas do setor de papel e celulose (Suzano, Klabin e Irani). Esperamos que as ações dessas companhias (SUZB3, KLBN11 e RANI3) continuem reagindo positivamente à atual dinâmica dos preços de fibra curta e longa, que está favorável para o produtor. Esperamos impacto mais forte para as ações da Suzano (SUZB3) no curto prazo, pois a empresa é a maior produtora de celulose de fibra curta do mundo.
Nesse sentido, entendemos que as condições de mercado permanecerão vantajosas para essas empresas ao decorrer de 2021, pois o desequilíbrio do mercado ocorrido no ano passado, fruto de falta de contêineres e de estoques apertados, não deve se solucionar rapidamente.
Ademais, a recuperação da economia global deve intensificar a demanda por celulose de fibra curta, sustentando a valorização dos preços. Esse contexto se torna propício para aplicação de reajustes de preços. Na fibra longa, ocorreram de modo mais acelerado, conduzindo o spread contra a fibra curta para patamares historicamente elevados. Portanto, é provável que novos reajustes nos preços dessa última ocorram nos próximos meses para equilibrar esse spread. De fato, na semana passada, a Suzano já anunciou aumento de preços a partir de fevereiro.