Após um 2020 ruim para a produção de veículos no Brasil e no mundo, por conta das paralisações nas fábricas, o ano de 2021 que era para ser de forte recuperação acabou sendo freado pela falta de chips e semicondutores no mercado.
Ainda faltando contabilizar os últimos dados do ano, que saem na próxima quinta-feira (05), a venda de veículos leves e pesados deve crescer algo em torno de 3% no ano de 2021. Só no Brasil, a falta de microchips impediu a produção de cerca de 300 mil veículos, totalizando vendas de 2,1 milhões de unidades em 2021.
No início do ano, o mercado projetava uma alta na casa dos 15%, uma vez que com a pandemia e as paralisações das fábricas, houve um tombo de mais de 26% nas vendas de carros novos no ano de 2020. No entanto, o tsunami veio no ano de 2021, quando as montadoras foram afetadas pela crise dos semicondutores, problemas de logística (falta de navios e contêineres para trazer peças) e pela inflação de custos, que inflou os preços dos carros novos e seminovos.
E Eu Com Isso?
Analisando os segmentos de maneira individual, é possível ver que a pior performance foi dos automóveis e comerciais leves, com crescimento de apenas 1,4% na comparação anual. A alta de 3% foi puxada pelo segmento de caminhões, cujas vendas cresceram mais de 30%, em um ano muito bom para o segmento, que não utiliza tanto os semicondutores.
Nas montadoras, a Fiat foi a líder absoluta de mercado, com 21,7% de fatia nas vendas, enquanto a Volkswagen, segunda em participação, ficou com algo próximo de 15,4%. A GM, que ficou com sua principal fábrica fechada por quase cinco meses, apareceu na terceira posição com 12% de market share.
Outro dado interessante foi a performance do mercado de carros seminovos e usados, que supriu a falta de carros 0km, crescendo quase 20% no ano de 2021. Foram comercializados 11,2 milhões de automóveis seminovos e usados, ou seja 1 novo para cada 6.
Esses dados são importantes para analisarmos algumas empresas do setor listadas na B3, como por exemplo o ano ruim da Tegma (TGMA3), com a GM como sua principal cliente, ou o ano muito bom da Fras-le (FRAS3), que opera quase que 100% no mercado de peças de reposição.
Para 2022, a expectativa é de que a cadeia de produção de chips e semicondutores só esteja totalmente normalizada no segundo semestre. Até agora, o avanço da Ômicron não trouxe maiores preocupações de paralisação na produção, mas é algo que devemos ficar atentos. De qualquer forma, esperamos um ano de 2022 com uma recuperação mais forte do que em 2021.
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