Histórico: (adj.) Que é merecedor de destaque, que merece ser lembrado. Vale recorrer ao dicionário para dizer que a eleição americana de hoje é histórica. Nas últimas décadas, os pleitos americanos foram relevantes para a política interna e, em menor escala, para a política internacional dos Estados Unidos. Porém, até há quatro anos, o resultado das urnas tinha pouco efeito prático no dia a dia das pessoas. Não mais. A eleição de Donald Trump em 2016 mudou essa coreografia. Não apenas por eventos não-econômicos como o endurecimento quanto às políticas de imigração e a retórica destemperada. Mas porque o governo Trump alterou drasticamente a direção da economia global. Com sua plataforma de “America First”, Trump rompeu ou alterou diversos acordos comerciais, esvaziou organismos multilaterais e adotou uma política beligerante com a China, segunda maior economia do mundo e principal parceiro comercial dos Estados Unidos. Paralelamente a isso, sua política de desregulamentação e de concessão de incentivos fiscais às empresas gerou uma onda inédita de prosperidade nos mercados acionários.
A grande aposta, agora, é como será um governo do democrata Joe Biden ou um segundo mandato de Donald Trump. As incógnitas se avolumam. No caso de uma reeleição de Trump, a dúvida é qual seria o fôlego para novos pacotes de estímulo à economia americana em caso de um recrudescimento do coronavírus. E no caso de uma vitória democrata – que, independentemente do resultado no Executivo, parece manter a maioria na Câmara e reconquistar a maioria no Senado – o que mudaria em termos de estímulo às empresas e nas tratativas comerciais com a China e os demais parceiros.
ATA DO COPOM – O Banco Central (BC) divulgou a ata da reunião de número 234 do Comitê de Política Monetária (Copom), mantendo as conclusões do Comentário, divulgado no dia 28 de outubro. A mudança mais expressiva veio no parágrafo 18, em que o Copom condiciona a não elevação dos juros à manutenção do atual regime fiscal. Para o Comitê, “alterações de política fiscal que afetem a trajetória da dívida pública ou comprometam a âncora fiscal motivariam uma reavaliação, mesmo que o teto dos gastos ainda esteja nominalmente mantido.” Essa é uma sinalização importante, que mostra a pouca tolerância do BC com a flexibilização na prática do teto de gastos.
INDICADORES 1 – O Índice de Confiança Empresarial (ICE) recuou 0,4 ponto em outubro, para 97,1 pontos, após subir por cinco meses consecutivos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). A confiança subiu na Indústria e na Construção, mas caiu no Comércio e nos Serviços.
INDICADORES 2 – O IPC-S de 31 de outubro de 2020 variou 0,65 por cento, ficando 0,14 ponto percentual abaixo da taxa registrada na última divulgação. Com este resultado, o IPC-S acumula alta de 3,09 por cento no ano e 4,38 por cento nos últimos 12 meses, informou a FGV.
A semana começa positiva, com os mercados em alta. Na segunda-feira (02), quando a bolsa brasileira não funcionou devido ao feriado de Finados, as American Depositary Receipts (ADR) brasileiras negociadas lá fora tiveram um bom desempenho. O Exchange Traded Fund (ETF) Ishares MSCI Brazil subiu 1,15 por cento, fechando a 27,17 dólares. Na manhã desta terça-feira, os contratos futuros do Ibovespa e do índice americano S&P 500 operam com altas superiores a 1,5 por cento na abertura. Porém, não descartamos volatilidade nas cotações durante o dia de hoje.
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