Quem esperava um último debate acalorado entre Donald Trump e Joe Biden assistiu, na noite de ontem (22), um confronto bastante ponderado e pouco agressivo de ambos os lados.
Sem interrupções e sem troca de farpas mais acentuadas, o debate ficou marcado pela saúde pública, a Covid-19, questões imigratórias e o pacote de estímulos para a economia americana. Do lado dos ataques aos adversários, Trump enfatizou, novamente, a questão de Hunter Biden e seu possível envolvimento com a Ucrânia, além de reiteradamente questionar a atuação de Joe Biden durante os dois governos do presidente Barack Obama. Biden, por sua vez, desferiu críticas sobretudo com relação à pandemia, mas também questionou o atual presidente sobre posições ideológicas, como o racismo e os protestos de americanos contra a violência policial.
Agora, ambos os candidatos devem intensificar suas agendas nos estados mais decisivos, em que a disputa está mais acirrada. Faltando pouco mais de uma semana para o dia D das eleições (dia 3 de novembro), a percepção foi de que não houve vitória substanciosa de nenhum candidato no debate de ontem. Tal desfecho joga a favor de Joe Biden, uma vez que ele ainda está em vantagem nas pesquisas nacionais. Até agora, pouco menos de 50 milhões de americanos já foram às urnas e depositaram seus votos.
Como já ressaltei em diversos relatórios e vídeos, Joe Biden é franco favorito para levar as eleições presidenciais de 2020. A resiliência da sua vantagem de cerca de 8 pontos percentuais em relação a Donald Trump deve consolidar a vitória do democrata, até porque cerca de um terço do eleitorado americano já votou.
Ainda que o debate tenha pouquíssima influência, a essa altura, no resultado final das eleições, os mercados devem reagir positivamente ao último encontro entre os dois candidatos. Afinal, pelo menos contou positivamente o tom mais moderado de ambos os candidatos.
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