O noticiário político da semana ficará voltado ao andamento do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), que investiga a veracidade das acusações do ex-juiz Sérgio Moro contra o presidente Jair Bolsonaro. Entre esta segunda-feira (11) e a quinta-feira (14), três ministros, seis delegados e uma deputada federal devem prestar depoimento à Procuradoria-Geral da República e à PF.
Nesta segunda-feira prestam depoimento alguns delegados da Polícia Federal: Alexandre Saraiva, Ricardo Saadi, Carlos Henrique Sousa e Rodrigo Teixeira, todos envolvidos em supostos episódios de interferência de Bolsonaro no órgão. Já na terça, serão ouvidos, simultaneamente, os ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo). Na quinta, será a vez da deputada Carla Zambelli (PSL-SP), envolvida em mensagens trocadas com Moro.
Ainda há expectativas sobre a decisão de liberar, ou não, o vídeo da reunião em que o presidente teria ameaçado Moro de demissão. Segundo o ex-ministro, ele seria uma prova das tentativas de interferência do Presidente da República na Polícia Federal. O ministro Celso de Mello, relator do caso, deve decidir sobre o sigilo, divulgação ou divulgação em partes do vídeo. Na terça, será permitido que a Procuradoria-Geral da República, Moro e Bolsonaro vejam, ao mesmo tempo, mais uma vez a íntegra da gravação.
Diante do andamento das investigações, que podem culminar em uma denúncia da PGR sobre o presidente, o mercado brasileiro deve ficar mais sensível ao cenário político durante a semana. Espera-se uma maior volatilidade em função dos vários depoimentos, assim como qualquer notícia negativa ou positiva para o presidente poderá e vai afetar o humor dos investidores.
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