Cotações sobem com expectativa de corte na produção
As cotações do petróleo no mercado internacional voltaram a subir na manhã da sexta-feira (3). Em Londres, os contratos futuros de petróleo brent subiram 9 por cento, para 32,69 dólares por barril. Em dois dias, o preço do barril avançou mais de 32 por cento no mercado internacional. A alta desta manhã, que se seguiu à valorização de 21 por cento na quinta-feira (2), foi provocada por tuítes do presidente americano Donald Trump, que informou a possibilidade de um acordo para reduzir a produção da commodity. A expectativa do mercado é que a versão ampliada da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que inclui a Rússia, vai reduzir a produção em 10 milhões de barros por dia, de modo a sustentar os preços neste período de queda da demanda devido ao desaquecimento econômico provocado pela epidemia do coronavírus. O corte é defendido pelo governo americano, que afirmou que não pretende reduzir sua própria produção. No entanto, autoridades russas negaram tratativas mais formais.
O mercado está se movimentando. A Arábia Saudita convocou na quinta-feira (2) uma reunião de emergência da Opep, dizendo que pretendia alcançar um acordo justo para estabilizar os mercados de petróleo, e diversos produtores, entre eles o Kuwait, se comprometeram a participar. A visão dos especialistas é que a oferta está tão alta que requer uma ação coordenada dos produtores. No entanto, sem uma redução da produção americana, a influência das medidas será limitada. Mesmo assim, o impacto sobre as ações de empresas petrolíferas foi pesado, incluindo as ações da Petrobras (leia mais abaixo).
O comportamento do mercado continuará sendo marcado por uma forte volatilidade. Os indicadores internacionais ruins podem levar a uma queda do mercado na abertura. No começo do dia, os contratos futuros do índice americano S&P 500 estão em leve baixa, e os contratos futuros do Ibovespa também apresentam uma leve baixa. No entanto, com a volatilidade elevada, não se descarta uma reversão ao longo do dia.
INDICADORES – Sem nenhum indicador relevante brasileiro divulgado hoje, a atenção do mercado se volta para os números internacionais. Nos Estados Unidos, o total de empregos não-agrícolas (non-farm payroll) caiu 701.000 em março. A taxa de desemprego subiu para 4,4 por cento, informou nesta manhã o Bureau of Labor Statistics. A queda foi provocada pelo coronavírus. Foram fechadas 459 mil vagas nas atividades de hotelaria e lazer .
Os indicadores econômicos na Inglaterra e na Zona do Euro mostram que o impacto da epidemia sobre a economia é pesado. Tanto a Inglaterra quando os países do euro divulgaram seus números PMI, referentes aos índices dos gerentes de compras (Purchase Managers Index). Na Inglaterra, o PMI de março caiu para 36,0 ante 53,0 em fevereiro. Foi o menor índice desde o início da série, em 1996. O resultado foi semelhante nos países da Zona do Euro. O índice caiu para 29,7, ante os 51,6 registrados em fevereiro. Também foi o pior registro desde que o indicador começou a ser calculado, em 1998.
Durante a manhã, o comportamento dos mercados não apresentou uma tendência definida. Os pregões na Ásia fecharam estáveis, com o Nikkei, em Tóquio, avançando 0,08 por cento e o Kospi, em Seul, subindo 0,03 por cento. O SSE, em Xangai, caiu 0,6 por cento. Já os mercados europeus apresentaram um movimento de baixa devido aos números ruins do PMI. Em Londres, o FTSE estava em queda de 1,3 por cento. Em Frankfurt, o alemão Dax recuava 0,42 por cento.
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