Cenários instáveis
Há algum tempo que não comento sobre polêmicas de Trump. Dessa vez, não tem como fugir. Agora, ele ameaçou impor novas tarifas contra a Europa… Com uma eventual tensão com o velho continente, o temor que ocorra algum problema na fase final da negociação entre China e EUA também aumenta. Ameaças diplomáticas são desestabilizadoras. Em 2018, sentimos na pele como uma guerra comercial pode ser prejudicial para os ativos financeiros e para a economia como todo.
O outro pesadelo que assombra investidores é o risco de desaceleração global. Então, olhos atentos ao relatório sobre as perspectivas globais em dia de encontro de primavera do Banco Mundial e FMI.
Tudo isso ocorre quando as commodities seguem em valorização. O petróleo mantém em forte alta e atingiu a máxima recente depois da escalada de conflitos na Líbia. O minério de ferro atingiu o maior nível na China nos últimos 4 anos e meio, na esteira da redução da oferta mundial do minério. Apesar de ruim para muitos países, a notícia é positiva para o Brasil, visto que somos um grande exportador de commodities.
Em Brasília, hoje é dia da leitura do parecer da reforma previdenciária na CCJ, que não deve trazer grandes surpresas. Ainda assim, esse é um ponto positivo porque representa o avanço da tramitação da proposta. A votação na CCJ deve ocorrer na próxima semana.
O que mais afeta daqui para frente é o efeito da desidratação da reforma. Ou seja, o quanto será reduzido da economia de um trilhão de reais projetada por Paulo Guedes. Cada disse me disse é motivo para instabilidades no curto prazo, ainda que a chance de aprovação da reforma seja o que esteja segurando os ativos brasileiros.
E Eu Com Isso?
O cenário externo é delicado e com sinais mistos. Ainda, clima mais negativo e tenso do lado político. Ambos os cenários devem fazer com que a terça-feira seja levemente negativa para os ativos locais.