O Carrefour (CRFB3) divulgou nesta segunda-feira (11), após o fechamento do mercado, os resultados referentes ao primeiro trimestre de 2020. Os números vieram mistos, com bom desempenho das linhas de vendas e receita, mas Ebitda e lucro líquido abaixo das expectativas.
O principal destaque positivo foram as vendas brutas desconsiderando o banco e os postos de gasolina. O total foi 15,2 bilhões de reais, um aumento de 7,6 por cento no conceito Vendas Mesmas Lojas (SSS) na comparação com o mesmo período do ano passado.
Os destaques negativos foram as menores margens apresentadas mesmo a despeito do crescimento nos volumes vendidos, bem como seu lucro líquido menor, que fechou o trimestre em 401 milhões de reais e 1,5 por cento a menos que o lucro registrado no primeiro trimestre de 2019.
O resultado do Carrefour foi regular e levemente abaixo do esperado. Como os bons números da companhia de vendas já haviam sido divulgados na sua preliminar do dia 27 de abril, esperamos que haja uma decepção do mercado com o restante dos resultados divulgados. Com isso, esperamos impacto negativo das suas ações (CRFB3) no curto prazo.
No ano, as ações CRFB3 recuam 17 por cento, desempenho superior ao do Ibovespa que apresenta perdas de 31,6 por cento.
O bom desempenho das vendas foi alavancado pela pandemia. Neste primeiro trimestre, a companhia demonstrou os efeitos da Covid-19 nos seus resultados, destacando o seu desempenho de vendas entre 14 de março e 31 de abril. Neste período o segmento de alimentos (excluindo postos de gasolina e banco) registrou aumento de 20,9 por cento nas suas vendas brutas devido à corrida aos supermercados por conta da quarentena.
O Carrefour não implementou aumentos de preço na divisão Atacadão principalmente nos itens básicos e marcas próprias, de maneira a ajudar os consumidores de menor renda durante a pandemia.
Com isso, apesar do crescimento nas vendas, a companhia registrou perda nas margens que chamaram a atenção negativamente. A sua margem bruta no período foi de 21,6 por cento, perda de 0,7 pontos percentuais. Já sua margem Ebitda foi de 7,7 por cento, perda de 0,4 pontos percentuais.
O banco Carrefour foi pressionado no período devido às implicações da Covid-19, que fez a companhia aumentar suas provisões em 1,25 bilhão de reais, aumento de 34 por cento sobre o mesmo período de 2019, frente ao cenário mais desafiador à frente.
Por fim, seu lucro líquido também veio abaixo do esperado e fechou o primeiro trimestre em 401 milhões de reais, 1,5 por cento a menos que no mesmo período de 2019. Com isso a sua margem líquida foi de 2,8 por cento, 0,4 pontos percentuais a menos que no primeiro trimestre de 2019. O resultado foi impactado por uma maior despesa financeira, que foi 50 por cento maior que no primeiro trimestre de 2019, bem como pelo aumento da sua alíquota efetiva de imposto, que saltou de 30,2 por cento para 36,3 por cento.
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