Segundo informes financeiros enviados aos empregados e divulgados pelo Wall Street Journal, a ByteDance, dona do aplicativo TikTok e outros, apresentou forte crescimento de resultados em 2020.
A sua receita, por exemplo, atingiu US$ 34,3 bilhões, uma variação em base anual acima dos 100%.
A sua base de usuários mensais ativos (MAUs) chegou a 1,9 bilhão contra 1,5 bilhão em 2019.
O lucro bruto, por sua vez, atingiu a marca de US$ 19 bilhões de dólares, crescimento de 93%, enquanto o resultado operacional foi um prejuízo de US$ 2,3 bilhões, bem pior que em 2019, quando o resultado foi positivo em quase US$700 milhões.
A queda nesta linha teria sido por conta do aumento das despesas em planos de remuneração via ações (stock based compensation).
Na última rodada de investimentos, a companhia foi avaliada em US$ 180 bilhões. A expectativa é que ela possa listar suas ações nos próximos trimestres, em Nova York ou Hong Kong.
E Eu Com Isso?
Os dados operacionais da ByteDance apresentaram um forte crescimento em 2020, em um movimento de rara felicidade no mercado de apps/redes sociais.
Com outras gigantes da tecnologia dominando o mercado, como Facebook, Google e até a Apple, os números da companhia são notórios.
A oferta de ações da companhia seria, sem dúvida, uma das mais quentes do ano. Para fins de comparação, a Kuaishou Technology, detentora de aplicativos de vídeos de curta duração, listou recentemente suas ações em Hong Kong.
Ela está avaliada em mais de US$ 100 bilhões em valor de mercado.
Startup e novos paradigmas
Companhias com perfil “tech” não são avaliadas pelos resultados atuais, mas sim pelas suas perspectivas futuras.
Embora seja de difícil compreensão, uma empresa com prejuízos enormes pode valer mais que uma antiga e lucrativa empresa.
Evidentemente, o risco costuma ser mais elevado, mas o potencial de crescimento rápido faz com que estas empresas sejam capazes de atingir o ponto de equilíbrio em poucos anos.
A TikTok foi criada em 2012 e em menos de 10 anos já consegue faturar mais que a The Coca-Cola Company.
Com uma história bem contada, os investidores podem “topar” trocar lucros no presente por crescimento, partindo é claro da premissa de que tal estratégia resultará em ganhos ainda maiores no longo prazo.
Ao adiar a necessidade de entrega de lucros, caixa e dividendos, as companhias se veem direcionadas a crescer, dominar seus mercados e esmagar possíveis novos entrantes.
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