Na onda de consolidação do mercado em busca de capturar o número crescente de CPFs na bolsa, o BTG Pactual fechou a aquisição da Necton Corretora por 348 milhões de reais, anunciado em Comunicado ao Mercado na manhã de hoje (26).
Com a aquisição, o banco adiciona em sua base mais de 16,1 bilhões de reais em ativos sob custódia, concentrado em 40 mil clientes, representando cerca de 5,3 por cento da base atual de 300 bilhões de reais, somando-se os ativos sob gestão e administração do BTG (AuA + AuM).
A Necton é resultado da fusão entre duas corretoras tradicionais no mercado, a Spinelli, de Nelson Spinelli e a Concórdia, do ex-ministro do Desenvolvimento Luiz Fernando Furlan, com operações voltadas a clientes de alta renda, com ticket médio de cerca de 150 mil reais.
A transação está em linha com a estratégia de alocação dos recursos levantados com a oferta de ações (follow-on) em junho deste ano, que levantou cerca de 2,6 bilhões de reais ao caixa do BTG e segue complementando os recentes movimentos do banco com o início do BTG+, entrando no mercado de varejo e as parcerias (criação de Joint Ventures – empresas com controle misto) com os escritórios EQI e Lifetime de agentes autônomos de investimentos.
A transação adiciona uma base relevante de ativos e clientes ao banco e um bom timing de mercado, aproveitando a onda de aquisições de corretoras realizadas pelos bancos. Consideramos o movimento bom para o BTG e esperamos uma reação positiva para as ações da empresa (BPAC11) no curto prazo.
O valor da aquisição totaliza 2 por cento dos ativos sob custódia incorporados, o que, comparado com um take rate (comissão calculado pela divisão da receita bruta pelo volume de ativos em custódia) de aproximadamente 1,2 por cento, média de mercado, parece ter sido fechada com um valor interessante para o BTG Pactual.
Como base de comparação, a Guide Investimentos e a Easyinvest (adquirida recentemente pelo Nubank) possuem cerca de 20 bilhões de reais em ativos sob custódia. Outras instituições vêm realizando o mesmo movimento, com as corretoras mostrando valor puxado pelo recente sucesso do IPO (oferta inicial de ações) bilionário da XP Inc. na Nasdaq (bolsa de valores norte americana) e cenário de juros baixos no Brasil gerando uma migração em massa de CPFs de títulos públicos para a bolsa.
Ainda há cerca de 1 trilhão de reais de saldo na conta da poupança no Brasil, mostrando que ainda há um grande potencial de migração para as plataformas de investimentos das grandes corretoras.
O BTG Pactual apresenta seu resultado do terceiro trimestre no dia 10 de novembro, antes da abertura do mercado. No ano as ações do banco (BPAC11) acumulam alta de 6,11 por cento contra queda de 12,44 por cento do Ibovespa.
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