O presidente Bolsonaro pretende disputar a reeleição para a Presidência da República, em 2022, com outro vice-presidente em sua chapa. O atual vice, o general da Reserva Hamilton Mourão (PRTB) não deve continuar no cargo por não conseguir ter estabelecido uma relação de “confiança completa” com Bolsonaro.
A informação foi dada pelo presidente a aliados, que agora devem trabalhar para encontrar uma solução honrosa para o general da reserva. Bolsonaro lembrou que a escolha de Mourão foi acertada na época das eleições, mas também – por outro lado – houve dificuldades para encontrar um nome para a chapa, à época.
Militares defendem que o vice-presidente continue na vida pública e dispute, em 2022, a cadeira do Rio Grande do Sul para o Senado Federal ou até mesmo o governo do estado. Como substituto ao militar, Bolsonaro quer um nome evangélico e do Centrão, para fidelizar o eleitorado religioso e também contar com palanques regionais de um partido grande. Na mesa, estão nomes como Marco Feliciano (Republicanos-SP), Damares Alves e Tereza Cristina (DEM).
Não é segredo que Bolsonaro tem a intenção de ser reeleito em 2022. Nesse sentido, após ter consolidado uma boa relação com as Forças Armadas, nomeando dez ministros militares de um total de 23 pastas da Esplanada, não será um problema substituir Mourão para a vice-presidência.
Estrategicamente, é muito mais vantajoso ter um político mais experiente no cargo – a relação entre Mourão e Bolsonaro tem altos e baixos, mas a maior unanimidade é que o atual vice carece de experiência política e acaba atrapalhando Bolsonaro e o governo.
Os desdobramentos dessa decisão ainda serão percebidos em uma janela maior de tempo, até por conta da distância das eleições de 2022. No entanto, é importante ficar atento às movimentações políticas no tabuleiro. Para o dia de hoje, a notícia não deve afetar os investimentos.
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