O presidente Jair Bolsonaro declarou, neste fim de semana, que deu o aval para que o ministro da Economia, Paulo Guedes, coloque em discussão o imposto sobre transações digitais. Há algum tempo atrás, nem mesmo o presidente apoiava a recriação de um imposto que lembrasse a CPMF.
Atualmente, porém, a posição do presidente é de que se pode discutir o imposto sem nenhum grande problema e cabe à população definir se ele será rejeitado ou aceito como uma nova forma de arrecadação. Bolsonaro lembrou também que não haverá aumento da carga tributária e que há de ter contrapontos para a criação de um novo imposto: “pode ser o imposto que você quiser, você tem que ver por outro lado o que vai deixar de existir”.
A declaração faz parte de uma mudança estratégica na condução do governo sobre a reforma tributária. Uma vez que a primeira parte, entregue no meio de julho, não teve grandes repercussões positivas, a equipe econômica resolveu acelerar a entrega da segunda parte da reforma – cujo imposto sobre transações está previsto – para meados de agosto.
Sendo assim, Guedes precisa do apoio de Bolsonaro na discussão, até porque a recriação de um imposto nos moldes da CPMF deve ser bastante polêmica e tem fortes resistências no Congresso Nacional. Para o mercado, ainda não está claro qual seria os efeitos econômicos de um imposto nestes moldes, mas é importante verificar que presidente e ministro da Economia estão na mesma página.
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