Logo após o anúncio da saída de André Brandão da presidência do Banco do Brasil (BBSA3) na última quinta-feira (18), o governo divulgou o nome indicado para substituir o mandatário. Com recomendação do ministério da economia, o atual presidente do BB Consórcios, Fausto Ribeiro, deve ser o próximo presidente da instituição.
O recém indicado executivo foi entrevistado por 3 conselheiros do banco que o consideraram inadequado para o cargo. Embora seja funcionário de carreira, tendo começado a trabalhar na estatal em 1988, o executivo, na visão dos conselheiros, não tem a experiência necessária para comandar o Banco do Brasil. Ribeiro assumiu a presidência da divisão de consórcios em setembro do ano passado e antes disso ocupou cargos gerenciais subordinados às vice-presidências do banco.
Os conselheiros do Banco do Brasil já haviam se mostrado insatisfeitos por não terem sido consultados no processo de indicação do novo presidente, o que não é de obrigação do governo em fazer, mas é algo esperado para evitar atritos internos na gestão da estatal.
A reprovação por parte do Conselho de Administração não impede Ribeiro de assumir o cargo, porém assim como houve na troca da presidência da Petrobrás (PETR4), é esperado que esse movimento cause a saída de alguns conselheiros do Banco do Brasil.
E Eu Com Isso?
A reprovação do nome de Fausto Ribeiro por parte dos conselheiros do Banco do Brasil (BBSA3) é um indicativo que o nome escolhido não possui requisitos técnicos suficientes para o cargo. Dessa forma, acreditamos que a notícia é negativa para as ações do banco (BBAS3) no curto prazo.
Um dos pontos centrais na escolha do nome para a presidência foi o fato do executivo não ter ocupado cargos relevantes no banco durante os governos do PT. Isso junto a diversas falas do presidente da república com relação à gestão das estatais, leva o mercado a crer que a indicação tem um viés mais político do que técnico, algo que facilitaria possíveis intervenções por parte do governo.
O atual CEO do banco, André Brandão, já havia balançado no cargo em janeiro com o anúncio das medidas de eficiência por parte do banco, que incluíram entre outras coisas, o fechamento de agências e programa de demissões voluntárias. As medidas politicamente impopulares abalaram sua autonomia no cargo, o que culminou em seu pedido de demissão por entender que não tinha mais liberdade para gerir a instituição da maneira que julga adequada.
A troca por um nome mais alinhado com o governo nos leva a crer que novas medidas para melhorar a eficiência do banco, se vierem, serão muito tímidas. Apesar de ter suas ações “descontadas” em relação aos outros bancos do País, não enxergamos catalisadores de curto prazo para empresas que possam ser priorizadas por uma gestão mais focada no alinhamento com o governo.