A contagem dos votos para determinar se os trabalhadores de um depósito da Amazon (AMZN) na cidade de Bessermer, no Alabama, irão aderir a um sindicato ligado ao varejo começará nesta quinta-feira (8), e o resultado pode sair já nesta sexta-feira (9). O National Labor Relations Board, órgão federal, cuidará da lisura do processo.
Aproximadamente 5.800 trabalhadores podiam votar na proposta de adesão ao Sindicato do Varejo, Atacado e Loja de Departamento. Funcionários do órgão afirmaram ter contado 3.215 cédulas, ou seja, uma taxa de comparecimento de 55 por cento.
A possível (e provável) adesão dos trabalhadores do Alabama junto a um sindicato pode marcar o primeiro evento deste tipo para a Amazon, que conta com quase 1 milhão de trabalhadores no país. Meses atrás, quando o movimento começou a tomar corpo, o presidente Biden se mostrou favorável às reivindicações e incentivou a participação dos empregados.
Nas últimas décadas, a representação sindical perdeu força no país. As taxas de adesão caíram de aproximadamente 25 por cento nas décadas de 60/70 para algo em torno dos 7 por cento atualmente, considerando o setor privado. No setor público a adesão subiu de 25 por cento para 35 por cento.
E Eu Com Isso?
Este movimento trabalhista vem sendo monitorado há meses pelo mercado nos Estados Unidos e está longe de ser uma surpresa para a companhia e para os investidores. Mesmo assim, uma vez confirmado o resultado em prol dos trabalhadores, entendemos como um potencial risco para a empresa e esperaríamos uma reação marginalmente negativa no preço das ações AMZN no curto prazo.
A Amazon é a segunda empresa que mais emprega nos Estados Unidos, atrás apenas do Walmart (WMT). São mais de 900.000 empregados e presença em todos os 50 estados. O risco é justamente esse – que haja uma espécie de “onda” de adesões de trabalhadores lotados em outras regiões.
Como as despesas e custos com mão de obra são relevantes, pode estar em jogo alguns pontos-base na margem operacional futura da companhia, que devido a dinâmica setorial do varejo, já trabalha em patamares baixos.
A Amazon, assim como o Walmart, já adotou uma política de salário mínimo de 15 dólares por hora para todo o seu pessoal. Em alguns estados, isso chega a ser o dobro do mínimo. Ademais, também há outros benefícios concedidos não-obrigatórios ligados a planos de saúde.
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