Esta terça-feira (31) se iniciou com a divulgação da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A taxa de desocupação, ou desemprego, referente ao trimestre móvel entre abril e junho ficou em 14,1%, uma redução de 0,6 pontos percentuais em relação aos 14,6% registrados no trimestre móvel anterior, de março a maio.
O resultado foi melhor do que os prognósticos dos investidores, que eram de 14,5%.
Segundo o IBGE, o recuo na taxa foi influenciado pelo aumento no número de pessoas ocupadas (87,8 milhões), que avançou 2,5%, com mais 2,1 milhões no período.
Com isso, o nível de ocupação subiu 1,2 ponto percentual para 49,6%, o que indica, contudo, que menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país. Ainda há brasileiras e brasileiros em busca de trabalho.
Apesar da melhora, a permanência do desemprego em um patamar elevado é um sinal de que a economia brasileira está demorando mais tempo para se recuperar do que o esperado, e que os impactos da pandemia, da alta de juros e da indefinição política durante o segundo semestre cobraram um preço elevado dos empresários e dos trabalhadores e, consequentemente, dos investidores também.
O desemprego é um indicador importante, pois ele é o mais defasado dos sinais vitais da economia.
Há indicadores antecedentes que antecipam a aceleração ou desaceleração do ritmo dos negócios. Já o desemprego é o último a se mover.
Quando os resultados pioram, em geral, os empresários hesitam em dispensar seus funcionários. Uma estimativa de empresas de recrutamento mostra que o custo de recrutar e treinar um colaborador novo pode ser de seis a nove salários.
No caso de postos de diretoria ou vice-presidência, esses custos podem representar até dois anos do salário. Então, mesmo na crise, a meta é preservar empregos, principalmente os especializados.
O outro lado da moeda é ruim para o trabalhador.
Assim como o empresário demora para dispensar, ele também espera o máximo possível para recontratar quando o ritmo da economia volta a se acelerar.
Por isso, os 14,4 milhões de brasileiros desocupados registrados pela PNAD Contínua são uma notícia ruim. Mostram que ainda vai levar tempo para uma normalização do nível de emprego e uma retomada do consumo.
Internacional
Indicadores importantes no mercado internacional mostraram um cenário econômico adverso.
Na China, o índice dos gerentes de compras do setor industrial (PMI da manufatura) recuou para 50,1 pontos em agosto ante 50,4 pontos em julho. O resultado foi inferior aos prognósticos, que eram de 50,2 pontos.
Já o PMI de serviços caiu para 47,5 em agosto ante 53,3 pontos em julho. A desaceleração decorreu do impacto da variante Delta da Covid-19 na atividade e devolveu o PMI de serviços para a zona de contração, quando os resultados ficam abaixo de 50 pontos.
E Eu Com Isso?
Os contratos futuros de Ibovespa e do índice americano S&P 500 iniciam o último pregão de agosto em baixa.
No exterior, devido a uma realização dos lucros da véspera e por aqui em função da incerteza com relação aos dados do orçamento, que devem ser enviados ao Congresso nesta terça-feira.
As notícias são negativas para a Bolsa.
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