Depois de muita expectativa para saber de quanto seria o aumento da Selic, o Copom (Comitê de Política Monetária) anunciou, nesta quarta-feira (22), que a taxa básica de juros subiu para 6,25% ao ano, maior nível em mais de dois anos. Essa foi a quinta alta consecutiva da taxa.
O aumento definido nessa reunião vai de acordo com a expectativa do mercado, que esperava uma elevação de um ponto percentual na taxa. Na reunião anterior, em 4 de agosto, o Copom elevou a Selic ao patamar de 5,25% ao ano, um aumento de 100 pontos-base.
De acordo com a edição mais recente do Boletim Focus, divulgado na segunda-feira (20), a projeção do mercado é que a Selic termine 2021 no patamar de 8,25% ao ano. Ademais, a projeção para o fim de 2022 é que a taxa básica de juros suba para 8,50% ao ano. Em 2023 e 2024, a estimativa é de 6,75% ao ano e de 6,50% ao ano, respectivamente.
“Para a próxima reunião, o Comitê antevê outro ajuste da mesma magnitude. O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária”, afirma o Copom.
Inflação em alta
A inflação tem sido um dos principais motivos de preocupação do mercado em relação à economia e a principal razão para as recentes altas da Selic.
Nesse sentido, em agosto, a inflação subiu 0,87%. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), essa é a maior inflação para o mês em 21 anos.
Além disso, no ano, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumula alta de 5,67% e, em 12 meses, de 9,68%. Este último é o maior acumulado desde fevereiro de 2016. A meta definida pelo Conselho Monetário Nacional para 2021 é de 3,75%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Na edição de segunda-feira (20) do Boletim Focus, a previsão da inflação subiu de 8% para 8,35% em 2021. Essa foi a 24ª elevação consecutiva do indicador. Dessa forma, como maneira de contornar a alta da inflação, o Banco Central utiliza a Selic como ferramenta para tentar controlar e manter a inflação na meta.
A percepção dos analistas da Levante Ideias de Investimento é que apenas a divulgação do RTI (Relatório Trimestral de Inflação), agendada para o dia 30 de setembro, vai levar a uma convergência entre os prognósticos do mercado e a percepção do BC.