A não ser que não tenha adolescentes na família ou no apartamento ao lado, você provavelmente não ouviu falar do grupo coreano BTS, abreviatura de BangTan Sonyeondan (algo como “escoteiros à prova de balas”). É um dos grupos mais conhecidos do chamado K-Pop – estilo musical desenvolvido na Coreia e que se caracteriza por uma mistura de ritmos e um forte apelo visual, com coreografias bem ensaiadas.
Qualidades musicais à parte, o fato é que desde seu lançamento em 2013, os sete integrantes do BTS têm sido uma máquina de fazer dinheiro. Em agosto de 2020, um lançamento foi visto 101 milhões de vezes em apenas 24 horas e 1,2 bilhão de vezes desde então.
Além de toda a parafernália habitual, bandas como a BTS lucram vendendo itens como cards – cartões com fotos dos integrantes da banda. Lançados em quantidades limitadas, eles são colecionados pelos fãs.
Agora, a empresa que gerencia o BTS, a agência Hybe Co., vai lançar versões digitais desses cards por meio de NFT (Non Fungible Tokens). Em vez de imagens impressas, o possuidor poderá ter acesso a arquivos audiovisuais individuais e colecionáveis.
Se você está se perguntando o porquê de estarmos falando dos clips de uma banda coreana voltada para adolescentes, o fato a seguir explica.
Ao anunciar o lançamento das versões digitais, a Hybe.co informou também que estava comprando 2,5% do capital da principal “exchange” de criptomoedas da Coreia visando entrar com força no mercado de NFTs, tanto do BTS quanto de outros artistas.
A notícia provocou uma alta de 7,5% das ações da Hybe.Co na bolsa de Seul, elevando seu valor de mercado para 14,97 trilhões de wons coreanos, ou US$ 12,6 bilhões.
Mesmo sem ser fã do BTS (ou de qualquer outro grupo de K-Pop), essa notícia mostra que você não deve ignorar os NFTs. Lançados quase como uma curiosidade em março deste ano graças às funcionalidades da tecnologia blockchain, eles estão se transformando rapidamente em um negócio financeiramente relevante.
Segundo a exchange DappRadar, da Lituânia, as transações com NFTs no 3T21 chegaram a US$ 10,7 bilhões no terceiro trimestre deste ano, e permanecem subindo.
No entanto, esse é o típico mercado em seus estágios iniciais. Os ativos mais conhecidos são pouco líquidos, as oscilações de preço são abruptas, inesperadas e intensas e quem não tomar cuidado pode se machucar.
Na terça-feira (02), circulou a notícia de um investidor em Hong Kong que perdeu todas as suas economias de US$ 28 mil em um dia. Desavisado e claramente um desconhecedor de conceitos como risco e diversificação, o investidor apostou tudo em um NFT lançado dias antes que permitia aos possuidores participar de um jogo inspirado na série “Round 6”, ou Squid Game, sucesso no Netflix.
Os NFTs foram lançados por poucos centavos, subiram para mais de US$ 4 e em seguida seu valor caiu a zero. Uma dor de cabeça que o investidor não-identificado teria evitado se tivesse acompanhado as recomendações da Fernanda Guardian, analista de criptoativos da Levante Ideias de Investimentos.
E Eu Com Isso?
A sexta-feira começa com os contratos futuros do Ibovespa em uma leve alta, reagindo às fortes quedas da véspera, que foram provocadas pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos precatórios. Apesar da alta provocada pelos investidores em busca de ações baratas, o movimento deve ser marcado por uma volatilidade razoável.
As notícias são positivas para a bolsa em um cenário de volatilidade.
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