Tapering. Essa é a palavra que tem pautado as especulações dos investidores nas últimas semanas. Na tarde desta quarta-feira (13) será divulgada a ata da reunião realizada em setembro pelo Fomc (Federal Open Market Committee), o Copom americano.
A expectativa é que o documento traga um horizonte mais previsível para a esperada redução de liquidez na economia americana. O prognóstico dos investidores é que a ata (“minutes” no termo em inglês) indique quando o Fed vai desacelerar suas compras mensais de US$ 120 bilhões em títulos, sendo 80 bilhões em papéis públicos e 40 bilhões em títulos hipotecários.
Por que essa questão é tão importante para os investidores?
Recordemos, brevemente. Em 2013, a situação da economia americana era parecida com a atual, embora em escala menor. Cinco anos antes, sob o comando de Ben Bernanke, o Fed tinha combatido a crise financeira do subprime com uma política parecida, o Tarp (Troubled Asset Relief Program). Por meio da compra de ativos problemáticos, o Fed injetou US$ 1,5 trilhão na economia americana depois de 2009.
Em 2013, a economia já havia se recuperado e fazia sentido que o Fed implantasse uma redução (ou “tapering”) na política de recompra de ativos. O problema foi que isso foi anunciado sem aviso prévio, e pegou os investidores de surpresa.
Quando a notícia saiu, os preços dos títulos do Tesouro caíram devido à expectativa de um corte abrupto na demanda. Isso elevou a curva de juros. E esse movimento contaminou outros mercados. Ações e commodities desabaram, em um pânico sem muita justificativa. Foi como se os investidores estivessem fazendo uma birra (ou “tantrum”). Daí a expressão “taper tantrum”, que vem preocupando os investidores agora, no fim de 2021.
Há um temor de uma reação exagerada dos mercados quando o Fed anunciar que vai reduzir a injeção de recursos. Na avaliação de uma parcela grande dos investidores, a alta nos preços de vários insumos essenciais para a economia, como o petróleo, por exemplo, mostra que há justificativas suficientes para apertar a política monetária.
Powell tem sido cauteloso e reiterou que a economia precisa dar sinais inequívocos que recuperação antes que o Fed comece a desacelerar, mas a alta da inflação, especialmente da energia, e a recuperação dos empregos no setor privado fornecem argumentos para isso.
Faz sentido? Ser transparente e claro com os investidores face às futuras políticas ajuda a calibrar as expectativas e a reduzir a volatilidade.
O trabalho de banqueiros centrais, como Jerome Powell, atual presidente do Fed, é evitar que os investidores sejam surpreendidos, ao sinalizar claramente que deverá haver uma redução na injeção de recursos e ao indicar, também claramente, quando e em que intensidade essa redução será implementada. A projeção é que a Ata do Fomc, a ser divulgada nessa tarde, traga algumas respostas para tantas perguntas.
Indicadores
Enquanto a Ata não sai, os investidores vão avaliar a divulgação do CPI (Consumer Price Index) americano referente a setembro, que será divulgado nesta manhã. Os prognósticos são de uma alta da 0,3%.
E Eu Com Isso?
Os contratos futuros de Ibovespa iniciam a volta do feriado em leve alta, assim como os contratos futuros do índice americano S&P 500.
No entanto, a sessão deve ter um começo indefinido, com os investidores esperando a divulgação da inflação durante a manhã e das minutas do Fomc durante a tarde, e também prestando atenção aos resultados do terceiro trimestre das empresas americanas, que começam a ser divulgados.
As notícias são positivas para o mercado em um cenário de volatilidade.
—
Este conteúdo faz parte da nossa Newsletter ‘E Eu Com Isso’.
—