Quando o Projeto de Lei 591/2021 foi aprovado na Câmara dos Deputados, conforme o esperado, o diagnóstico foi de que a real batalha pela privatização dos Correios se daria no Senado Federal – Casa em que o Executivo ainda encontra dificuldades para avançar com sua agenda legislativa.
Assim, o projeto inicia sua tramitação nesta semana e já enfrenta fortes resistências de duas importantes bancadas do Senado: a do MDB e a do PSD.
Juntas, ambas as siglas somam 26 senadores, ou pouco mais de 30% do total da Casa.
Integrantes das duas legendas têm se posicionado publicamente contra a privatização no atual momento, justificando a posição, principalmente, pelo alto desemprego no País e pelo fato de que a companhia registrou lucro no seu exercício social.
Se a base eleitoral do senador é focalizada em cidades pequenas e de remoto acesso, a resistência ao texto fica ainda maior, uma vez que há temores que uma empresa privada não consiga manter o serviço postal em regiões de difícil acesso e pouco lucrativas.
Em reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), na última sexta-feira (13), foi definido que a matéria começará a tramitar na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, mas não houve garantia de avanço por parte de alguns líderes partidários.
Uma das propostas do governo para contornar o timing negativo para a privatização dos Correios é dar a relatoria do projeto para um senador governista e com força na Casa.
O nome de Eduardo Gomes (MDB-TO), líder do governo no Congresso, agrada a articulação política do Planalto.
E Eu Com Isso?
Enxergamos um cenário difícil para a privatização dos Correios, em meio a outras matérias de interesse do governo que continuam paradas no Senado, uma janela legislativa apertada e o tradicional tabu sobre privatizações e seu momento para realizá-las.
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