A terça-feira (27) começa com os mercados sob forte expectativa do que vai ocorrer nas principais economias. Há pontos que demandam atenção nos Estados Unidos, na China e até mesmo na Zona do euro.
Nos Estados Unidos, hoje é o primeiro dia da reunião do Fomc (Federal Open Market Committee). Esse comitê do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, é semelhante ao Copom (Comitê de Política Monetária). O resultado da reunião será divulgado amanhã (28).
O que os investidores querem saber é qual será a narrativa. Se o Fomc vai prosseguir comprando US$ 120 bilhões em títulos públicos e hipotecários (80 bi em TP e 40 bi em hipotecários) todos os meses para irrigar ainda mais um mercado já inundado de liquidez, ou se vai começar a discutir a sério uma redução na política de estímulo à economia.
Tem sido difícil prever o que o Fed vai fazer devido à incerteza econômica. Há argumentos sólidos e convincentes para defender tanto a manutenção da política quanto sua suspensão.
Por um lado, os indicadores de emprego não mostram uma recuperação consistente da atividade econômica e, para piorar, há sinais de recrudescimento das contaminações pela variante delta do coronavírus.
Por outro lado, os índices de inflação estão registrando as maiores variações em décadas, tanto nos preços ao consumidor quanto nos preços ao produtor.
Espera-se um pouco mais de clareza na quinta-feira (29), quando deverá ser divulgada primeira prévia do PIB (Produto Interno Bruto) americano referente ao segundo trimestre deste ano.
A expectativa é de um crescimento acelerado, mas apenas após a divulgação do resultado será possível medir a temperatura da economia.
Do outro lado do Pacífico, os pregões já encerraram as atividades da terça-feira e, repetindo o ocorrido na véspera, registraram fortes quedas.
Em Hong Kong, o índice Hang Seng recuou 422%. No momento de maior baixa, a queda foi de mais de 5%.
Em dois dias, o Hang Seng recuou cerca de 8%, devido a temores quanto a um endurecimento regulatório do governo chinês.
Na segunda-feira, as autoridades reguladoras de mercado anunciaram novas regras para as plataformas de entrega de alimentos. Uma das exigências era com relação à remuneração dos entregadores, que deveriam receber pelo menos o salário mínimo.
Essa medida foi considerada muito prejudicial para os resultados de empresas como Alibaba e Meituan, cujas ações desabaram na segunda-feira.
Como se não bastasse, a incerteza também aumentou na Zona do Euro. Na manhã desta terça-feira, mais um diretor do BCE (Banco Central Europeu) criticou a manutenção de uma política monetária expansionista por período indeterminado.
Na semana passada, o BCE informou que buscará uma postura “persistentemente acomodativa”. Em língua de seres humanos, isso significa que as taxas de juros europeias permanecerão em níveis baixos até que a inflação esteja em linha com a meta de 2%.
Alguns diretores do BCE criticaram a manutenção desses estímulos por tanto tempo, o que mostra uma divisão na cúpula do BCE.
Indicadores
O Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M) variou 1,24% em julho, percentual inferior aos 2,30% de junho.
O índice acumula alta de 10,75% no ano e de 17,35% em 12 meses. Em julho de 2020, o índice variou 0,84% no mês e acumulava alta de 3,95% em 12 meses.
E o ICST (Índice de Confiança da Construção) subiu 3,3 pontos em julho, para 95,7 pontos. É o maior nível desde os 96,3 pontos de março de 2014. As informações são da Fundação Getulio Vargas.
E Eu Com Isso?
Todas essas indefinições devem cobrar um preço em termos de volatilidade nos mercados ao longo da terça-feira, e isso será amplificado pelo número elevado de balanços que serão divulgados ao longo da semana.
Na terça-feira, tanto os contratos futuros do Ibovespa quanto os do índice americano S&P 500 estão em queda.
As notícias são negativas para a Bolsa.
—
Este conteúdo faz parte da nossa Newsletter ‘E Eu Com Isso’.
—