O presidente Bolsonaro teve alta na manhã deste domingo (18), após passar alguns dias internado por causa de problemas intestinais.
Ao sair do hospital em que recebeu o tratamento médico, o presidente conversou com a imprensa por cerca de meia hora e voltou a defender o uso de medicamentos sem eficácia comprovada no combate à Covid-19, além de contestar as urnas eletrônicas como mecanismo eleitoral.
O ponto mais polêmico de sua entrevista, contudo, foi referente ao Fundo Especial de Financiamento de Campanha (popularmente conhecido como fundo eleitoral) aprovado na última semana por deputados e senadores com um valor de R$ 5,7 bilhões.
Segundo Bolsonaro, a aprovação desse montante – duramente criticado – teria sido de responsabilidade do vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM).
Diante das acusações, Ramos reagiu em suas redes sociais e convidou Bolsonaro para um debate sobre o fundo eleitoral, “rachadinhas” e “sobrepreço de vacinas”.
O deputado amazonense tem sido muito mais crítico ao governo do que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), apesar de também ser contrário ao impeachment.
Ainda sobre o fundo, Bolsonaro deu a entender que deve vetar a iniciativa do fundão eleitoral e que o ministério da Economia terá a palavra final – “a gente vai buscar dar um bom final para isso. Já antecipo, R$ 6 bilhões para fundo eleitoral, pelo amor de Deus”, disse.
Não obstante a postura contrária de Bolsonaro, muitos deputados e senadores da base aliada acabaram aceitando a medida, que foi aprovada por votação simbólica.
E Eu Com Isso?
De volta aos trabalhos, o presidente deve continuar em diálogo, por meio de declarações polêmicas, com sua base aliada e de olho na popularidade de seu governo, que atingiu, recentemente, mínimas históricas.
O desentendimento com o vice-presidente da Câmara deve tensionar o ambiente político, mas não interfere na agenda legislativa – até porque, deputados e senadores entraram em recesso parlamentar neste final de semana e retomam os trabalhos apenas no início de agosto.
Em dia mais negativo, contudo, o mercado pode aumentar seu mau humor com as declarações mais ásperas do presidente.
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