Após algum tempo em segundo plano, devido à temporada de resultados e uma ampla bateria de dados econômicos, o cenário político voltou ao radar dos investidores durante essa semana. Foram três temas principais, que devem continuar trazendo algum impacto para os mercados também na próxima semana: desestatização da Eletrobras (ELET3/ELET6), reforma administrativa e reforma tributária.
O primeiro tema tem sido bastante comentado por aqui: aprovada na Câmara dos Deputados com confortável margem, a MP que prevê a capitalização da gigante do setor elétrico agora segue para o Senado Federal para análise, tendo até o dia 22 de junho para ser aprovada para que não perca sua validade.
Segundo sinalizações do próprio governo, a matéria deve sofrer alterações pontuais no Senado, mas mesmo assim terá de voltar à Câmara para nova análise.
Dessa forma, com o calendário apertado, a estratégia que vem sendo montada é a de indicar o vice-líder do governo, senador Marcos Rogério (DEM-RO), para a relatoria do projeto e aprová-lo em apenas 15 dias – possibilitando que os outros 15 dias fiquem reservados para a tramitação na Câmara.
Já no que diz respeito à reforma administrativa, foi lido o parecer do deputado Darci de Matos (PSD-SC) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e a previsão inicial era de votação nesta quinta (20), mas a convocação de uma sessão plenária para o período da manhã acabou inviabilizando os trabalhos da comissão.
Dessa forma, a expectativa é que o texto seja votado e aprovado na próxima reunião, marcada para a terça-feira que vem (25), e siga para a comissão especial – a ser instalada – por ser uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC).
Por fim, o tema que menos andou, pois continua sendo alvo de divergência entre líderes do Congresso, é a reforma tributária. Após a extinção da comissão mista, na semana passada, que praticamente descartou o parecer elaborado pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), os presidentes do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), voltaram a se reunir na noite desta quinta (20) após o primeiro criticar o fatiamento da reforma tributária.
Segundo interlocutores de ambos os presidentes, há concordância quanto ao teor da reforma – ela deve ser ampla – mas uma discordância completa quanto ao formato para tramitação.
Lira defende a posição da equipe econômica e preza pelo fatiamento da reforma, enquanto Pacheco, após reunião recente com empresários do setor industrial, tem ficado preocupado com a possibilidade de aprovação parcial de pontos da reforma, tornando o sistema ainda mais desequilibrado.
Diante da falta de consenso, ainda não foi definido o caminho para a retomada da tramitação da reforma no Congresso, mas a expectativa é de avanço nas conversas durante a próxima semana.
E Eu Com Isso?
Três tópicos de extrema importância para o mercado voltam ao radar, com novas movimentações entre políticos e o ministério da Economia. A última semana de maio deve continuar nessa toada e influenciar o humor dos investidores – lembrando, sempre, que é importante separar os sinais dos ruídos.
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