O ministério da Economia vai mesmo passar por uma pequena reformulação de postos de segundo escalão. A notícia foi divulgada pelos principais veículos de comunicação na tarde desta terça (27) e posteriormente confirmada pela pasta, que divulgou nota afirmando que as trocas têm como objetivo preservar as diretrizes do governo para a política econômica.
O secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues deixa o cargo e quem assume em seu lugar é o atual secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal. Para o lugar de Funchal, foi confirmado o nome do economista e servidor de carreira do ministério, Jeferson Bittencourt. Na Secretaria de Orçamento Federal, George Soares deixa o cargo e Ariosto Antunes Culau, que já havia ocupado o cargo neste governo, volta a assumir.
Por fim, a principal fiadora da reforma tributária enviada pelo governo e assessora especial do gabinete de Economia, Vanessa Canado, deixa o cargo para a entrada do economista e especialista em direito tributário, Isaías Coelho. Foi confirmado também que a secretária do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Martha Seillier, recebeu propostas para trabalhar no setor privado e fora do país, mas sua saída – apesar de provável – não está definida.
Segundo o próprio ministro Paulo Guedes, as mudanças nestes postos-chave se deram naturalmente e em comum acordo, após muito desgaste envolvendo os trabalhos do ministério sobre a Covid-19 e, mais recentemente, o Orçamento de 2021. O ministro negou, porém, que as trocas foram motivadas por pressão política. Sabe-se que o Centrão, que compõe a base aliada do governo Bolsonaro, tem pressionado pelo desmembramento do ministério da Economia e pela recriação do ministério do Planejamento.
Com um novo trio na linha de frente da política econômica, a aposta do ministério da Economia é pela renovação do diálogo com o Congresso, a Esplanada dos Ministérios e o mercado. Os nomes substitutos têm caráter técnico e devem conquistar a confiança dos investidores.
E Eu Com Isso?
Apesar de ter impactado negativamente o pregão desta terça (27), as trocas não devem ser consideradas como um desmonte na equipe econômica. Para o pregão desta quarta (28), os efeitos negativos devem ser pouco sentidos pelo fato de as trocas já terem sido precificadas pelos investidores. Evidentemente, o ministério está mais desgastado em 2021 e passa por grandes testes de fogo, como o impasse do Orçamento e a reedição de medidas de combate aos efeitos econômicos do coronavírus.
Vale lembrar, também, que Bolsonaro já havia desautorizado Waldery Rodrigues quando o secretário divulgou medidas – não acordadas internamente – sobre o congelamento de benefícios previdenciários para cortar gastos. Naturalmente, a pressão sobre Guedes e sua equipe deve continuar, em um cenário cuja principal força política do governo (a base aliada no Congresso) é, cada vez mais, sua base de sustentação.
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